Início Cidades Itabira II Flitabira realiza a exposição de fotografias “Muros Invisíveis”

II Flitabira realiza a exposição de fotografias “Muros Invisíveis”

Com 21 totens de cerca de dois metros de altura, “Muros Invisíveis” coloca em foco a vida e a trajetória de pessoas historicamente invisibilizadas.

Dona Tita, uma das personagens itabiranas retratadas na exposição aberta na Praça Dr. Acrísio Alvarenga.

Como parte das atividades do II Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), a cidade recebe a exposição “Muros Invisíveis”, que tem o propósito de dar destaque à história e à trajetória de pessoas socialmente invisibilizadas. Para isso, a mostra exibe, na praça Dr. Acrísio Alvarenga, onde ficará a céu aberto, retratos de 42 moradores da cidade, registrados pelo fotógrafo itabirano Yury Oliveira. A exposição será inaugurada neste sábado (15), às 19h, e fica em cartaz até 12 de dezembro.

Com 21 totens de cerca de dois metros de altura, “Muros Invisíveis” coloca em foco a vida e a trajetória de pessoas historicamente invisibilizadas, que têm e tiveram uma vida de lutas para enfrentar preconceitos contra cor da pele, gênero ou classe social. “Optamos por fotografar pessoas pretas empreendedoras e lideranças (…), e também convidamos artistas, responsáveis por movimentos sociais e educadores (formadores de opinião). Assim chegamos ao resultado de 42 pessoas que representam toda uma população”, afirma Nalbert Victor, estudante de Arquitetura e Urbanismo e um dos curadores da mostra.

Segundo a ativista cultural Eva Maria Gonzaga, também curadora da exposição e integrante da Rede Nacional de Mulheres Negras no Combate à Violência, a representatividade foi um critério fundamental na escolha dos fotografados. “A exposição veio com o intuito de garantir que o nosso lugar de fala fosse preservado (…). Escolhemos pessoas negras que são referências como líderes que, com muita luta, sofrimento e resistência, conseguiram se transformar em ícones na nossa sociedade e, sendo assim, inspiração para outras pessoas”, explica.

Para Yury Oliveira, que se formou em Direito e trabalha como fotógrafo profissional há quatro anos, foi uma experiência gratificante produzir as fotografias da mostra. “Pude conhecer um pouco de cada pessoa que recebeu o convite para ser fotografada (…) e foi nítida a felicidade – não somente minha –, mas de cada pessoa, por sentirem que elas vão ser vistas de uma forma mais enérgica na cidade. O fato de existirem ‘muros invisíveis’ ficou bem mais perceptível no momento dos diálogos, que mostraram como não nos sentimos valorizados”, conta o fotógrafo.

Yury destaca ainda que a mostra inova ao buscar dar visibilidade a esses grupos, em especial às pessoas negras. “É a primeira vez que vejo algo nessa proporção e com esse sentimento de valorização e incentivo para outras pessoas pretas na cidade. Além de reforçar o pertencimento delas e de todos que a mostra vai inspirar, tenho esperança que a cidade se sinta impactada e comece realmente a discutir sobre igualdade racial a partir do que vai ser visto. É como um grito de felicidade, precisávamos disso”, afirma.

Sobre o Flitabira:

Criado pelo jornalista Afonso Borges – que é também o idealizador do Festival Literário de Araxá (Fliaraxá) e do Sempre Um Papo –, o Flitabira chega à sua segunda edição em 2022, celebrando os 120 anos de Carlos Drummond de Andrade. O Festival tem início justamente na data em que nasceu o poeta itabirano – 31 de outubro – e segue até o dia 6 de novembro, promovendo lançamentos de livros, prêmio de redação, debates, exposições, apresentações teatrais e musicais, entre outros. As atividades acontecem tanto de forma presencial, na Praça do Centenário, quanto on-line, pelo canal no YouTube do Festival.

Foto: Yuri Oliveira

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