Pelo segundo mês consecutivo, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda registrou, em março, alta da taxa para todas as faixas de renda. As famílias mais atingidas no mês foram as de renda média (rendimentos entre 4 mil e 8 mil mensais) e média alta (entre 8 mil e 16 mil reais mensais). No primeiro grupo a inflação de fevereiro para março passou de 0,98% para 1,09%; no segundo grupo, foi de 0,97% para 1,08%, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados dia 13 .
Do mesmo modo que em fevereiro, o segmento de transportes foi o que mais contribuiu para a alta da inflação em todas as faixas de renda, no mês de março. O aumento foi de 11,2% no preço dos combustíveis, com impactos para ricos e pobres, principalmente os usuários de transporte coletivo, em trens ou ônibus. Neste setor, as famílias mais ricas tiveram um alívio, com o recuo de 2% no preço das passagens aéreas e de 3,4% nos valores de aplicativos de transporte.As famílias mais pobres tiveram ainda a pressão do grupo habitação, que também contribuiu para a alta inflacionária desta faixa de renda, especialmente por causa do aumento de 5% do botijão de gás, de 1,1% dos artigos de limpeza e de 0,76% da energia elétrica.
“A população mais pobre gasta mais com comida, com transporte público e com despesas de residências, que a gente chama de gás de botijão, de energia elétrica, praticamente o orçamento das pessoas mais pobres é para estes itens. Já os mais ricos têm plano de saúde, despesa pessoal com cabeleireiro e mensalidade escolar, então, tudo acaba sendo mais diluído para os mais ricos. Os mais pobres consomem menos coisas, quando uma dessas coisas aumenta de preço, isso pressiona muito a inflação deles”, disse a pesquisadora do Grupo de Conjuntura do Ipea, Maria Andréia Lameiras.
No acumulado do ano, a taxa de inflação das famílias mais pobres atingiu 7,2%, bem acima dos 4,7% do segmento mais rico da população.
Abr