A chegada de 2019 trouxe boas notícias para a zeladora e para toda a comunidade do distrito ouro-pretano: teve início a restauração da Matriz – obra tanto aguardada por todos.
“Quando a igreja foi interditada, em 2016, nós ficamos todos muito chateados, pois perdemos nosso lugar para celebrações de missas, casamentos, batizados… O povo teve que procurar outras igrejas em outros distritos. Antes, direto eu tinha que abrir a igreja para visitantes e estudantes que queriam conhecer. Quando tinha as festas (principalmente as de Santo Antônio e Maria Concebida e de Nossa Senhora do Rosário), vinha muita gente da redondeza para poder festejar”, narra , Maria das Mercês Figueiredo, ou dona Mercês como é conhecida pelos amigos, que dedicou 30 anos de cuidados à igreja. O trabalho diário foi, infelizmente, interrompido por causa das rachaduras que apareceram e que acabaram comprometendo a estrutura do prédio e a segurança dos fiéis..
A igreja é datada da segunda metade do século XVIII e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1962. A obra do PAC – Cidades Históricas foi elencada como prioridade pelo governo do prefeito Júlio Pimenta assim que assumiu a administração municipal, em 2017. Todo o processo para elaboração do projeto foi acompanhado pela comunidade glaurense, que participou ativamente das reuniões junto com os técnicos da Secretaria de Cultura e Patrimônio. No final do ano passado, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Iphan e a Vale direcionou aproximadamente um milhão de reais para a reforma estrutural da Igreja.
O Secretário de Cultura e Patrimônio, Zaqueu Astoni, ressalta o esforço conjunto entre o Município e o Iphan para viabilizar a obra. “Mesmo em um momento de grave crise financeira que o Brasil, o Estado de Minas e o Município de Ouro Preto enfrentam, nós conseguimos aprovar o projeto e captar recursos para esta importante ação”.
Toda a obra será acompanhada pelos técnicos da Prefeitura de Ouro Preto, na Diretoria do PAC, com coordenação da arquiteta Débora Queiroz. A primeira etapa consiste no reparo da parte estrutural e a drenagem do terreno. Já na segunda etapa, serão restaurados os elementos artísticos.
“A gente sabe que essas coisas costumam levar tempo, mas a comunidade está muito satisfeita, muito feliz com essa obra”, conclui Dona Mercês, que já sonha com a igreja prontinha para que todos possam novamente usá-la como antes.
Foto: Ane Souza