Itabira preocupada com impactos regionais da pandemia e demanda ação conjunta na Amepi

Secretário de Governo de Itabira, Gabriel Quintão afirma que região está em risco e situação de Uberlândia pode ser um exemplo trágico. Ele pediu ação conjunta entre os municípios da Amepi. Itabira não dará bola para a onda verde de Zema neste momento.
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O impacto regional da pandemia da Covid-19 sobre o sistema de saúde de Itabira foi tema de apresentação do secretário municipal de Governo, Gabriel Quintão, durante reunião ordinária da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Piracicaba (Amepi) nessa quinta-feira (25), em João Monlevade. Durante sua fala, Quintão demonstrou preocupação com o crescimento exponencial de internações advindas de outras cidades e pediu uma articulação conjunta para desacelerar a curva de infecções na região como um todo.

Gabriel Quintão representou o prefeito Marco Antônio Lage na reunião com outros gestores do Médio Piracicaba. Na apresentação, o secretário de Governo expôs que o ritmo de novos casos confirmados em Itabira acelerou nos últimos dias, mas que as internações nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) para Covid-19 nos dois hospitais da cidade, em sua maioria, continuam sendo de pacientes de municípios vizinhos.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dos 15 internados em UTI, nesta sexta-feira,(26) apenas três são itabiranos.

“Itabira é uma cidade-polo e a gente sabe que é a referência para os municípios da região. O nosso temor, no entanto, é que aconteça aqui o que estamos observando em Uberlândia, que também é uma cidade-polo e está em colapso. Os números recentes acenderam este alerta e estamos aqui trazendo essa preocupação para os prefeitos da região. Nossa demanda é por ações conjuntas, que minimizem a proliferação do coronavírus e traga um alívio para todos os municípios”, disse Quintão, durante a reunião da Amepi.

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A fala repercutiu entre os prefeitos e foi acordada a criação de um Comitê Regional de Combate à Covid-19, formado pelos chefes de Executivo e secretários municipais de Saúde. A finalidade é discutir ações de enfrentamento comuns entre as cidades, com apoio da Amepi. A primeira reunião do grupo será na próxima segunda-feira (1/03), na sede da associação regional, em João Monlevade.

Recordar é viver: Em 09/04/2020, Zema se reuniu com Bolsonaro e Paulo Guedes em Brasília. Saiu de lá afirmando que o estado deveria apresentar rapidamente um protocolo para liberação de medidas de isolamentos social adotadas durante a pandemia do novo coronavírus. Na ocasião e de forma irresponsável, gabou-se que “Minas tem feito a lição de forma adequada”. Menos de um ano depois, Minas tem quase 20.000 mortos pela doença e 1 milhão de infectados. Segurança e vacina não estavam no pensamento do governador.

Onda Verde de Zema, uma maluquice sanitária recheada de críticas

De acordo com o programa Minas Consciente, do Governo de Minas Gerais, a microrregião de Itabira deve voltar para a Onda Verde do governo mineiro neste sábado (27). A notícia, no entanto, é vista com preocupação pelo prefeito Marco Antônio Lage. Isso porque a consolidação ainda não leva em conta os números desta última semana, quando se observou uma alta nas taxas de internação e de infecção.

“Infelizmente, não estamos aliviados. Exaltar Onda Verde, agora, seria irresponsável. As nossas projeções internas mostram que podemos regredir a partir da próxima semana. Nosso índice de transmissão subiu muito, de 0,84 para 1,1; em todo mês de fevereiro a cidade registra média de quase 50 novos casos confirmados por dia. É um momento delicado e o colapso de sistemas de saúde em grandes municípios e capitais mostra exatamente o perigo dessa pandemia. Não queremos isso em Itabira”, disse o prefeito.
Devido a esse cenário, a orientação do governo mineiro de regressão à “onda verde” na região não tem o apoio do prefeito Marco Antônio e na cidade continua valendo o Decreto 301/2021, emitido em 29 de janeiro.

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