João Monlevade inaugura unidade do Sesamo infanto-juvenil

Obras e manutenção do atendimento são feitas unicamente com recursos próprios do município. Governo do Estado e Ministério da Saúde não participam.

Serviço será para atendimento mental exclusivo para crianças e adolescentes. Assistência à saúde mental ganhará mais reforços no município.
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Com grande participação de familiares de usuários, pacientes, profissionais de saúde, de educação, APAE, conselheiros de saúde, vereadores, representante do Ministério Público, Fundação Crê-Ser e moradores, foi inaugurado nesta terça-feira (31), a nova unidade do Sesamo de João Monlevade que ofertará atendimento exclusivo para crianças e adolescentes.
De acordo com a Secretária Municipal de Saúde, Raquel de Souza Paiva Drumond, a administração abraçou o empreendimento por entender a urgência e necessidade de acolher em local adequado as crianças e jovens em sofrimento mental. Ela anunciou que o local inaugurado é um espaço provisório e que um local definitivo será erguido ainda nesta administração. “Esse é um pedaço do caminho”, argumentou.
A Coordenadora do Sesamo, Eliana Bicalho, justificou a prestação do serviço no novo espaço porque é impossível atender crianças e jovens no mesmo local de atendimento para adultos.
Ela defendeu entrosamento com outros setores ao afirmar que a saúde mental acontece no coletivo e não apenas em um espaço. ” Ela acontece com assistência social, meio ambiente, educação, lazer, cultura”, exemplificou.
Precisamos cuidar com liberdade, pois a liberdade cura e a matança não. Estamos realizando este serviço na contramão do governo federal, frisou a coordenadora.
Ja a coordenadora da Fundação Crê-Ser, Rosangela Ribeiro, destacou a importância do apoio da Câmara e de seu projeto do Parlamento Jovem que neste ano discute a saúde mental dos jovens. Ela lembrou do apoio recebido do Ministério Público e afirmou que todos os recursos envolvidos são dos cofres do município: ” Construímos com recursos municipais através da Secretária de Saúde e temos enfrentado um governo federal que tentar destruir os avanços no serviço de atendimento à saúde mental e até mesmo o SUS”, disse, ao lembrar da psiquiatra Nise da Silveira, que recentemente teve a inclusão de seu nome no livro dos Heróis e Heroínas da Pátria negado pelo governo federal.

Promotor de Justiça, Dr. Igor Citeli Fajardo Castro, fez uma contundente defesa da necessidade de cuidar das crianças e adolescentes em sofrimento mental e citou a mácula deixada pela unidade manicomial de Barbacena, durante décadas.

Em seu pronunciamento, o Promotor de Justiça, Dr. Igor Citeli Fajardo Castro, destacou a simbologia do ato de inauguração, ao lembrar que cada espaço desta natureza erguido em Minas Gerais é uma luz que ajuda a apagar a mácula e a chaga representada pela antiga casa manicomial de Barbacena. Ele ponderou que a pandemia da Covid-19 afetou enormemente a saúde mental de crianças e jovens, e ressaltou a energia positiva e de amor observado nos rostos das pessoas presentes à inauguração, dispostas a cuidar das crianças e adolescentes.
De acordo com o vice-prefeito, Fabrício Lopes, o serviço de atendimento à saude mental sempre foi tratado como prioridade por determinação do prefeito Laércio Ribeiro, “nunca visto como custo e sim como investimento”, destacou.
Ele pediu uma ação coordenada com a Câmara de vereadores para garantir que, independente de quaisquer governos, o serviço seja garantido como uma ação perene da administração pública. ” várias familias em Monlevade não tinham oportunidade deste atendimento. Ao tratar o paciente, cuidamos da familia que também quer estar presente e ter paz e tranquilidade de receber o tratamento”, destacou.

Atendimento no setor de saúde mental não é custo e sim investimento, disse o prefeito quando da elaboração do orçamento.

O prefeito Laércio Ribeiro lembrou a importância do serviço na cidade, que já foi referência na assistência à saúde mental, mas que perdeu espaço após não ser tratado como uma das prioridades da população durante longo período: ” é um grande serviço prestado a João Monlevade. Já fomos exemplo em Minas Gerais no setor, tivemos períodos altos e também de baixas e agora o resgatamos, vamos ampliá-lo por ser importantíssimo para a cidade”, disse o prefeito.
De acordo com ele, a pandemia e as enchentes atrasaram a inauguração, mas a proposta é de continuidade e melhorias no atendimento, apesar dos poucos recursos. Todo o serviço é bancado apenas com verbas municipais, através do orçamento da Secretaria Municipal de Saúde.

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