Jorge Sampaoli foi “Galo Doido”

— Reprodução/Twitter.
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Primeiramente, à Jorge Sampaoli, meus agradecimentos e o de todo a Massa Atleticana, inclusive os ingratos. Este texto trata-se de uma carta de agradecimento ao treinador argentino que é e sempre foi Galo Doido enquanto esteve em solo mineiro. Gracias, Jorge. Obrigado, Sampaoli.

Como já relatado, desde sua chegada, anunciada no dia 1º de março de 2020, Sampaoli incorporou no espírito atleticano, todavia, este sempre esteve dentro dele. Talvez estivesse desligado ou em menor potência. Nesta temporada, com 60 anos, Sampa pareceu estar ligado sempre no 220 (volts).

Da loucura ao enorme conhecimento tático, à aplicação sempre muito bem trabalhada do jogo posicional, como poucos fazem no mundo. O Galo, sempre doido, encontrou uma pessoa – um treinador – que reflete em campo tudo que a instituição foi na história: a torcida, apaixonada pelo Clube; Sampaoli, apaixonado pelo futebol (ofensivo, principalmente). Encantou todo mundo no começo, contudo, no final da trajetória houve uma queda de produção.

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O chamaram de descontrolado, inconsequente, inalcançável. Quer algo mais perto do torcedor atleticano? O mesmo que possui um amor impossível de se comparar e que faz loucuras e mais loucuras pelo seu time, mesmo que muitas vezes sem conquistas? Ambos estavam lá por amor. Como num casamento, sempre existe adversidades no caminho – ou adversários.

Sampaoli chegou ao Atlético com uma equipe destroçada e muito frágil, o mesmo plantel havia sido eliminado por Afogados-PE, na Copa do Brasil, e pelo Unión de Santa Fé (Argentina, na Copa Sul-Americana, tudo isso pouco antes da chegada do argentino. Reformulação total. Jorge montou um elenco completamente diferente – e para quem diz que ele gastou muito, afirmo: hoje, ele deixa o alvinegro com um ativo muito maior. Deste modo, deixa também, um time pronto para seguir na briga por títulos. Você também merecia, Jorge.

O sorriso sincero de quem ama — Reprodução/Twitter/Mineirão.

Saindo de um time eliminado para outro quase inexistente para uma equipe que disputou o título brasileiro até as últimas rodadas. Inegável que houve uma evolução. Sim, talvez Sampa seja uma pessoa difícil de lidar, entretanto, isso nunca foi empecilho para a diretoria. Após derrotas ou vitórias, o treinador sempre estava presente na Cidade do Galo cedo, para corrigir erros e buscar novas opções. Viveu, intensamente, os dias em Vespasiano. 24 por 7.

Entre os últimos sete técnicos, o melhor aproveitamento. No Mineirão, um dos melhores aproveitamentos da história. Em sua carta de despedida, pediu para seguirmos no caminho – particularmente, queria que fosse com você. Pecado maior ainda foi o fato de não ter a oportunidade de sentir o calor da Massa apoiando os 105 minutos.

Para este que vos escreve, foste a maior representação do Galo, do Galo Doido, da raça e vontade, da determinação e sonho, de qualquer qualidade da torcida alvinegra. Como todos, você errou – e bastante – mas deixa o Atlético com um saldo muito positivo. Deixa o Galo pronto para sonhar ainda mais – e para conquistar.

Com licença à Tim Maia, mas “não sei porque você se foi”. Talvez seja pela cultura de valorizar sempre o europeu, ideia que está impregnada – de maneira errada – em nossos pensamentos. Estou triste, Sampa, porque “aquele adeus não pude dar”. Aliás, nem vê-lo destroçar os adversários presencialmente foi possível. Abafa, pressão, intensidade. Sampaoli. Obrigado, mais uma vez. Seu lugar sempre estará guardado, seja no banco de reservas ou nos nossos corações.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Mundo dos Inconfidentes.

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