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Kremlin diz que sinal de Kiev para negociações de paz ‘está em linha com Moscou’

Negociações estão proibidas por decreto de Zelensky

Em outubro de 2022, Vladimir Zelensky assinou um decreto proibindo negociações com o presidente russo Vladimir Putin. China intermedia solução para o conflito.

A Ucrânia está pronta para negociações com a Rússia, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, durante conversas com o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, nesta quarta-feira (24).
“O lado ucraniano está disposto e pronto para conduzir o diálogo e as negociações com o lado russo”, disse Kuleba, citado pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentando o assunto, dizendo que a mensagem transmitida por Kuleba está de acordo com a posição de Moscou.
“Você e eu realmente sabemos, pelos relatos de Pequim, que tal declaração foi feita em uma reunião com [o ministro das Relações Exteriores da China] Wang Yi. A mensagem em si está em consonância com a nossa posição”, disse Peskov aos repórteres.
Moscou precisa de esclarecimentos sobre essa questão, porque ainda não há detalhes, disse o representante do Kremlin.
“Vocês sabem que o lado russo nunca recusou negociações e sempre manteve a sua abertura ao processo de negociação”, acrescentou Peskov.

O Ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, também expressou o apreço de Kiev pelo papel ativo e construtivo da China na promoção da paz e na manutenção da ordem internacional.
Ele enfatizou que a Ucrânia valoriza a perspectiva de Pequim e considerou cuidadosamente o consenso de seis pontos alcançado entre a China e o Brasil.


Entenda


Em maio, a China e o Brasil publicaram conjuntamente um memorando propondo uma resolução política para a crise ucraniana, sublinhando que as negociações são a única solução viável.
O documento apelava à criação de condições para um diálogo direto e propunha uma conferência internacional de paz reconhecida tanto pela Rússia como pela Ucrânia, com participação igualitária de todas as partes para uma discussão justa de todas as propostas.

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, durante o diálogo com Kuleba, disse que Pequim acredita que a resolução de todos os conflitos deve ser realizada na mesa de negociações.
“O lado chinês acredita que a resolução de todos os conflitos deve, em última análise, regressar à mesa de negociações, e a resolução de todas as disputas deve ser alcançada através de meios políticos”, disse Wang, citado pela porta-voz do ministério.
Kuleba fazvisita à China até o dia 26 de julho.
Uma fonte em Moscou, comentando as observações do ministro ucraniano, afirmou que se Kiev quisesse genuinamente negociar com a Rússia, em primeiro lugar revogaria a proibição de tais negociações.
Em outubro de 2022, Vladimir Zelensky assinou um decreto proibindo negociações com o presidente russo Vladimir Putin.
Essa declaração é uma das várias expressões recentes de Kiev que indicam a vontade de iniciar conversações.

Última reunião entre as partes em conflito foi realizada em maio de 2022, em Istambul, na Turquia.


Na semana passada, Zelensky mencionou a possibilidade de negociações de paz com Moscou, incluindo com o presidente Putin, e reconheceu a necessidade de resolver o conflito na Ucrânia o mais rapidamente possível.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, sugeriu que a retórica de Zelensky é influenciada pelas eleições nos Estados Unidos.

Comentários russos


Moscou reiterou a sua disponibilidade para o diálogo, mas observa que Kiev proibiu legalmente tais negociações.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, também indicou que atualmente não existem condições para uma resolução pacífica na Ucrânia, afirmando que a concretização dos objetivos da operação militar especial continua sendo a prioridade da Rússia, que, por enquanto, só pode ser alcançada através de meios militares.
A situação é ainda mais complicada pelo fato de, até agora, a única autoridade representativa legítima na Ucrânia é a Suprema Rada (parlamento ucraniano) e o seu presidente, como salientou o presidente Putin.

Foto: sputnik e @zelensky

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