O presidente brasileiro anunciou no G20 as três prioridades da agenda brasileira no bloco: a luta contra a desigualdade e a fome, o combate contra as mudanças climáticas e a reforma das instituições de governança global.
Lula assumiu neste domingo em Nova Delhi a presidência do G20 com um chamado para evitar que “questões geopolíticas sequestrem a agenda do bloco”, sinalizando sua oposição para discutir a guerra na Ucrânia.
Assim Lula se expressou no encerramento da reunião de dois dias do bloco em Nova Delhi, na Índia.
De acordo com o presidente, “Não nos interessa um G20 dividido (…) Necessitamos paz e cooperação em vez de conflitos”.
Lula tocou no tema um dia depois de que o grupo das 20 maiores economias emitira uma declaração final,
Nela se evitou criticar a Rússia pela invasão da Ucrânia, um reflexo da falta de consenso no bloco sobre o tema.
Na reunião, Estados Unidos e alguns países europeus queriam que o G20 emitisse uma condenação a Moscou.
Porém, não houve consenso, inclusive sobre a presença d Rússia na reunião.
O presidente russo, Vladimir Putin, não participa da reunião, onde foi representado pelo ministro de Relações Exterirores, Serguéi Lavrov.
Tampouco assistiu em forma presencial o presidente de China, Xi Jinping.
No pronunciamento do G20, divulgado na noite deste sábado, ao final do primeiro dos dois dias da reunião, denunciou o uso da força para alcançar ganhos territoriais, porém evitou criticar diretamente a Rússia pela invasão lançada em fevereiro de 2022.
Putin na próxima reunião no Brasil
Em comunicado, foi anunciado que a próxima reunião do G20 acontecerá em novembro de 2024 na cidade do Rio de Janeiro.
Sobre isso, Lula assegurou em entrevista que Putin será convidado a participara e que não será detido devido a uma ordem de prisão emitida contra ele pela Corte Penal Internacional (CPI), em março, por crimes de guerra.
“Pode dizer a ele que eu sou o presidente do Brasil e se vier ao Brasil, não tem por que ser detido”, assegurou Lula durante uma entrevista durante a reunião do G20 em Nova Delhi.
A Rússia já havia rechaçado a imputação da CPI e negou tanto a deportação de menores e a participação de suas forças em crimes de guerra.
O Brasil é signatário do Estatuto de Roma de 1998, que deu origem à criação da CPI.
Por outro lado, durante entrevista a TV Índia, Lula recordou que antes da reunião do G20 no próximo ano, haverá um encontro dos líderes dos BRICS na Rússia.
Este foro aglutina o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e recentemente a ele foram incorporadas a Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
Foto: Ricardo Stuckert