Macron chama Bolsonaro de mentiroso e anuncia retaliação comercial

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A postura de Jair Bolsonaro diante do crime ambiental na Amazônia promete causar danos irreparáveis à imagem internacional do Brasil. Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou que o brasileiro “mentiu” a respeito de seus compromissos com o meio ambiente.

Além disso, anunciou que, nessas condições, a França se opõe ao polêmico tratado de livre comércio entre União Europeia e Mercosul.

“Dada a atitude do Brasil nas últimas semanas, o presidente da República só pode constatar que o presidente Bolsonaro mentiu para ele na cúpula (do G20) de Osaka”, afirmou, acrescentando que “o presidente Bolsonaro decidiu não respeitar seus compromissos climáticos nem se comprometer com a biodiversidade”.

Macron concluiu: “Nestas circunstâncias, a França se opõe ao acordo do Mercosul”.

Ele declarou ontem (22) que a cúpula do G7 precisa discutir os incêndios na regiãoO encontro está previsto para este fim de semana, em Biarritz, no sudoeste francês.

Os incêndios e as críticas 

A indignação pela postura do presidente Bolsonaro que disse, sem apresentar provas, que as chamas estavam sendo deliberadamente causadas por integrantes de organizações não governamentais, como vingança pelo corte de recursos decretado pelo governo se alastrou e transcendeu à esfera internacional, com manifestações de diversos líderes como António Guterres, secretário geral da ONU  que  mostrou sua “profunda preocupação” com a situação. “Em meio à crise climática mundial, não podemos nos permitir mais danos a uma grande fonte de oxigênio e biodiversidade. A Amazônia deve ser protegida”, tuitou o português.

Fogo avança sobre floresta amazônica na região de Apuí, na fronteira de Amazonas com Rondônia

Bolsonaro reagiu a Macron e o acusou de ser “sensacionalista” para “instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos para ganhos políticos pessoais”.

À ameaça de países da comunidade europeia de retaliar o Brasil e impedir a concretização do acordo comercial com a região, aliada à suspensão da compra de carnes brasileira, somam-se várias manifestações no continente contra a política ambiental de Bolsonaro, com embaixadas brasileiras sendo  alvo de protestos nas principais cidades do velho continente.

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