Manifestação do SINDSERV em Mariana marca segundo dia de paralisação dos servidores municipais

Manifestantes posam para foto em frente à Catedral da Sé.
A manifestação marca o segundo dia de paralisação dos servidores públicos em Mariana. Foto: Darcy Pereira de Carvalho/Arquivo Pessoal
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Servidores públicos de Mariana reuniram-se em manifestação na manhã desta terça-feira, 25, em frente ao prédio da prefeitura.

O ato dá continuidade à paralisação dos funcionários em busca de um reajuste salarial justo e de um aumento no vale-alimentação. Na última sexta-feira, 21, a Câmara Municipal de Vereadores aprovou um reajuste de 5% no vale-alimentação, o que equivale a R$ 60,00 adicionados ao valor atual de R$ 600,00. No entanto, a proposta apresentada pelo Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos Municipais de Mariana (SINDSERV) é de um reajuste salarial de 11,02% e um aumento de R$ 400,00 no auxílio-alimentação.

Os valores propostos pelo sindicato visam equiparar as condições dos servidores ao aumento dos preços em Mariana, que vem crescendo desde a chegada das mineradoras. O presidente do SINDSERV declarou na reunião de sexta-feira: “Um vale-alimentação de R$ 60,00 quase não compra uma carne. E sabemos que há pessoas passando necessidades, porque não é só a alimentação; é o custo de vida, é o aluguel, que está absurdamente alto em Mariana.”

Mulher com os braços cruzados segura um cartaz escrito "Juliano, não queremos migalhas!"
A manifestação contou com servidores de diferentes áreas. Foto: Amanda Maia

O ato desta manhã ocorreu às 10h e reuniu manifestantes para uma breve avaliação do movimento, discussão de assuntos gerais e definição de indicativos de paralisação por tempo indeterminado. Em seguida, os manifestantes realizaram uma passeata até a Catedral da Sé, no centro histórico da cidade. Em entrevista ao Mundo dos Inconfidentes, o secretário-geral do sindicato, Darcy Pereira de Carvalho, criticou a falta de diálogo do governo municipal com os trabalhadores e reiterou o papel do SINDSERV: “A função do sindicato não é tomar a frente do movimento, mas guiá-lo, ouvindo o povo nas assembleias e seguindo as decisões acordadas pelos trabalhadores.”

Ainda nesta manhã, a diretoria da Associação dos Docentes da UFOP (Adufop) manifestou apoio à paralisação dos servidores públicos de Mariana. Em nota, a diretoria afirmou: “É notório que Mariana é uma das cidades mais ricas de Minas Gerais, com o setor de mineração gerando lucros vultuosos e um orçamento municipal que chegou a quase um bilhão de reais em 2025. Apesar de as mineradoras, destacando-se a Samarco, serem responsáveis pelo rompimento da Barragem de Fundão em 2015 – um crime ambiental –, foram os servidores públicos da Prefeitura de Mariana que apoiaram e prestaram os serviços necessários à população atingida, com profissionais da saúde, educação, assistência social, previdência, saneamento, obras, entre outros.”

Amanhã, uma nova reunião na Câmara Municipal de Vereadores, marcada para as 8h, dará continuidade às discussões.

Manifestantes caminham pela rua atrás da prefeitura com cartazes.
A passeata ocorreu após a manifestação e contou com faixas e cartazes. Foto: Darcy Pereira de Carvalho/Arquivo Pessoal

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