No dia 05 de novembro de 2021, na sexta-feira, o crime ambiental da Samarco, que ocasionou o rompimento da Barragem do Fundão, responsável por 19 mortes e pela devastação dos distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, completou 6 anos, sem nenhuma responsabilização criminal. Além disso, as indenizações e reassentamentos das famílias que perderam suas casas ainda não foram realizados, somente agora a Renova realiza a construção das novas Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo.
Em um ato de resistência, os atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem, em conjunto com o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens), a arquidiocese marianense e o grupo Cáritas, realizaram uma manifestação na cidade de Mariana, que reuniu os atingidos da bacia do rio Paraopeba (Brumadinho) e de Mariana (Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo). Além do ato, também foi celebrada uma missa no território de Bento Rodrigues.
Para compreender melhor a luta dos atingidos pelo rompimento de barragens, entrevistamos três atingidas de diferentes localidades. Simone Silva, moradora de Barra Longa (MG), declara que: “No processo de atingido você só conquista algo através da manifestação. Ao longo desses seis anos tudo que os atingidos conquistaram não vieram de livre e espontânea vontade das empresas, foi através de manifestação e ocupação. Atingido nunca parou de lutar e nunca parou de gritar”.
De acordo com Luzia, atingida de Paracatu de Baixo: “A nossa expectativa (com a manifestação) era de dar visibilidade e sensibilizar as pessoas a ver o que realmente acontece, (porque) a mídia suaviza e a Renova, com suas propagandas, mostram uma realidade que não é a real”. Além disso, ao ser questionada sobre como os não atingidos podem contribuir para a causa dos atingidos pelo rompimento da barragem, ela responde que é necessário divulgar, entender e replicar o que vemos nas causas e representações, e completa afirmando que toda ajuda é bem vinda.
Por fim, Raiane de Oliveira, atingida de Paracatu de Baixo, fez um discurso na manifestação em razão da perda da mãe e do avô, que faleceram aguardando pelo reassentamento da casa perdida. Em seu discurso, Raiane fala: “A Renova preocupa é com fazendeiro. Eles procuram mexer com animais. Nós somos o que? Nós somos humanos. Até hoje estamos na esperança da nossa casa estar pronta. Eu tenho 27 anos, eu morei em Paracatu, nós nunca pensamos nisso ter acontecido. Tem muitos anos que nós moramos lá. E hoje, a barragem estoura e eles não pensam nada. Hoje, pra fazer uma casa nossa tem que ter muita coisa, tem que passar na justiça, tem que fazer isso, tem que fazer aquilo… E nós? Tem seis anos que nossa casa não tá pronta”.
- _
- Agricultura Familiar
- Agroecologia
- Agronegócio
- Ambiente
- Arte
- Assistência Social
- Atos Antidemocráticos
- Barão de Cocais
- Barra Longa
- Belo Horizonte
- Bem Viver
- Brasil
- Carnaval 2019
- Carnaval 2020
- Carnaval 2023
- carnaval 2024
- Carnaval 2024
- Catas Altas
- Chuvas
- Cidades
- Ciência e Tecnologia
- Cinema
- Circuito do Ouro
- Comportamento
- Congonhas
- Contas Públicas
- Copa 2022
- Corrupção
- Crise econômica
- Culinária
- Cultura
- Dengue
- Desenvolvimento Econômico
- Direito e Justiça
- Direitos Humanos
- Documentário
- Economia
- Editorial
- Educação
- Eleições 2018
- Eleições 2020
- Eleições 2022
- Eleições 2024
- Emprego
- Emprego e renda
- Energia
- Entretenimento
- Entrevista
- Especiais
- Esportes
- Estradas
- Fundão
- Guerra na Ucrânia
- Habitação
- Industria
- Informe Publicitário
- Itabira
- Itabirito
- João Monlevade
- Lava Jato
- Literatura
- Mariana
- Midia
- Minas
- Mineração
- Mundo
- Música
- Opinião
- Oriente Médio
- Ouro Branco
- Ouro Preto
- Pandemia Covid-19
- Patrimônio
- Pecuária
- Plantão de Polícia
- Política
- Política Externa
- Religiosidade
- Saneamento
- Santa Bárbara
- São Gonçalo do Rio Abaixo
- Saúde
- Segurança
- Sociedade
- Teatro
- Tragédia em Brumadinho
- Transição
- Transporte
- Túnel do Tempo
- Turismo
- Uncategorized
- Utilidades
- Vaza Jato
- Vida Animal
- Video Canal