Nesta segunda-feira (25/11), foi lançada em Mariana, a consulta pública do novo projeto de concessão rodoviária do trecho da BR-356, que liga o município à BR-040, e dos trechos da MG-262 e MG-329, que ligam Mariana ás cidades de Ponte Nova e Rio Casca.
O anúncio foi feito pelo governador Romeu Zema em cerimônia que reuniu, além de outras lideranças, o prefeito Celso Cota e Juliano Duarte, que assumirá no próximo ano a administração do município.
Segundo o governador, são obras importantes devido as características do trecho e vão trazer desenvolvimento, segurança e conforto para moradores da região.
Ao custo estimado de R$5 bilhões, sendo 2 bilhões de recursos oriundos da repactuação, e outros 3 bilhões por meio de contrato de concessão.
Autoridades marianenses já se manifestaram contra o modelo, pois prevê a cobrança de pedágio, o que onerará os moradores em seus trajetos, futuramente.
A sessão de licitação do projeto e assinatura de contrato estão previstos para 2025.
Os trechos rodoviários são cortados por 11 municípios, sendo eles: Nova Lima, Rio Acima, Itabirito, Ouro Preto, Mariana, Acaiaca, Barra Longa, Ponte Nova, Urucânia, Piedade de Ponte Nova e Rio Casca.
Durante o anúncio da audiência pública, houve protestos de moradores de Bento Rodrigues, Paracatu e de outras cidades da região atingidas pelo rompimento de Fundão.
Eles se concentraram na Praça Gomes Freire. Os participante não tiveram acesso ao local da cerimônia oficial.
Outras medidas e expectativa de novo olhar
Além da duplicação na BR-356, outras medidas incluem repasse direto de recursos aos municípios e iniciativas conduzidas pelo Estado, União, Instituições de Justiça e, também, obrigações de fazer das empresas responsáveis.
Neste sentido, na semana passada, durante entrevista coletiva, tanto o atual como o futuro prefeito, Celso Cota e Juliano Duarte, defenderam que haja um outro olhar sobre Mariana, castigada até hoje pelo rompimento de Fundão.
De acordo com eles, há uma enorme sobrecarga sobre os serviços públicos ofertados pelo município, em vários setores, principalmente saúde, infraestrutura urbana, abastecimento de água e completo caos viário, prejudicando toda a população.
Com a repactuação, a estimativa é de um reforço de R$ 40 milhões anuais no orçamento municipal de saúde, muito aquém do volume dispendido anualmente, que soma cerca de R$ 300 milhões, só no setor.
O prefeito Celso Cota destacou o aumento populacional da cidade ( que saltou de 60 mil para quase 100 mil habitantes), o caos no transporte e utilização de vias, e os impactos sobre as condições gerais da cidade.
Além disso, ele e o futuro prefeito, Juliano Duarte, lembraram que os custos econômicos advindos da queda de receita após a paralisação da produção na Samarco foram altíssimos e não recompensados.
“Mariana tem necessidade de muitos projetos estruturantes e precisamos realizá-los”, disse Celso Cota, que defendeu a participação das mineradoras da região no processo.
Foto: Dirceu Aurélio/imprensaMG e Mundo dos Inconfidentes