Após quatro anos do crime da Samarco, Vale e BHP Billiton, as comunidades atingidas em Mariana voltam a ficar apreensivas com os rumos da reparação. Isso porque, amanhã (04), às 13h30 será julgado o recurso feito pelas mineradoras contra a liberação do valor para o pagamento da Matriz de Danos dos atingidos pela barragem de Fundão. A Matriz de Danos é fruto da luta das comunidades atingidas por construir ferramentas que contribuam para que a reparação seja a mais justa possível. Trata-se de um instrumento que visa valorar os danos sofridos com o rompimento, cujo objetivo é embasar as indenizações dos atingidos. Ela deve ajudar as comunidades a cobrar das empresas e da Fundação Renova valores dignos de indenização.
Entenda o caso
O julgamento, que acontece amanhã na 2a Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG – Unidade Afonso Pena), diz respeito ao recurso apresentado pelas empresas contra a decisão da juíza Marcela Decat. No dia 11 de junho de 2019 a juíza determinou a liberação de R$1.541.025,81 (um milhão, quinhentos e quarenta e um mil, vinte e cinco centavos e oitenta e um centavos), para a contratação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) e do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Faculdade de Ciências Econômicas (Cedeplar), vinculados à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com isso, foi possível a realização dos trabalhos relativos à precificação dos danos sofridos pelos atingidos de Mariana com o rompimento da barragem de Fundão.
Assim que a informação sobre o recurso judicial chegou às pessoas atingidas, a Comissão de Atingidos pela Barragem de Fundão de Mariana organizou um abaixo assinado que foi enviado ao TJMG. O objetivo foi mostrar que a atitude das empresas é um ataque à luta por uma indenização justa.