Médicos denunciam falta de EPIs aos profissionais de saúde em todo o país

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A Associação Médica Brasileira (AMB) recebeu mais de 2.500 denúncias sobre falta de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) em estabelecimentos de saúde,  Quase 40% delas relatam falta de álcool gel A situação coloca em risco não só os médicos, mas também os pacientes que são atendidos por médicos que podem estar infectados e assintomáticos 

Até as 23h deste domingo, 29 de março, a Associação havia recebido 2.513 denúncias sobre falta de Equipamentos de Proteção Individual contra o coronavírus, em 520 munícipios pelo País. A ação de acolher queixas de médicos teve início com a campanha de orientação da AMB sobre segurança e protocolos no combate ao coronavírus, quando diversos médicos relataram à entidade a falta de condições adequadas de trabalho, com alta exposição ao vírus. “Para dar tranquilidade aos colegas, garantimos o anonimato dos denunciantes, que expuseram seus relatos sobre os mais de 1.200 estabelecimentos denunciados pela plataforma criada pela AMB “http://www.amb.org.br/coronavirus”. Impressionante constatar que falta até álcool em gel em 35% dos estabelecimentos denunciados”, comenta Lincoln Ferreira, presidente da AMB.

Entidade abriu canal para receber denúncias de profissionais sobre a falta de EPIs nos hospitais para combater o Covid-19

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI), fundamentais para que médicos e profissionais de saúde não sejam contaminados com a covid-19, são: máscara tipo N95 ou PFF2, óculos e/ou face shield; luvas, gorro, capote impermeável e álcool gel 70%. Máscaras cirúrgicas não são eficientes para esse tipo de situação. O cenário capturado pela pesquisa é preocupante: em mais de 75% dos estabelecimentos denunciados há relato da falta de pelo menos três dos EPIS. Em mais de 30% dos casos, todos os EPIs estão em falta. 

Álcool em gel é reclamação de mais de um terço das denúncias (35%) e máscaras faltam em quase 90% dos estabelecimentos denunciados. Óculos e/ou face shield (72%), capote impermeável (65%), gorro (46%) e luvas (27%) são os itens que mais faltam em hospitais e unidades de saúde. 

Entre as denúncias recebidas sobre a falta de EPIs, há relatos impressionantes, como um sobre o hospital de Bangu (RJ). “Muitos materiais descartáveis estão sendo usados seguidamente mais de uma vez.” Em outro hospital do estado do Rio de Janeiro, uma médica perdeu o emprego porque passou a comprar seus próprios EPIs, já que o hospital não os fornecia.

Denúncias

O estado de São Paulo é a unidade da federação que teve o maior número de denúncias (855) e também o maior número de municípios denunciados (109). A capital paulista é a cidade cujos estabelecimentos foram mais denunciados, com quase 25% (250) das denúncias do estado, seguida por Caçapava (59) e Santos (31). As outras oito cidades com mais queixas são Rio de Janeiro (148), Porto Alegre (128), Brasília (73), Belém (63), Belo Horizonte (48), Recife (36), Teresina (31) e Campo Grande (31).

 O estado do Rio de Janeiro concentra 273 queixas, com a capital fluminense no topo, com 150, junto com Duque de Caxias (12) e Nova Iguaçu (9). Minas Gerais e Rio Grande do Sul aparecem na sequência como os estados com mais denúncias, com 262 e 218, respectivamente.

No site https://amb.org.br/epi/, médicos e profissionais de saúde podem denunciar de forma totalmente anônima os casos de falta de Equipamento de Proteção Individual no combate ao coronavírus.

Fonte: AMB

Foto: Midiamax

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