Início Cultura Arte MST entrega empena, pintada por artistas do movimento, no Centro de BH

MST entrega empena, pintada por artistas do movimento, no Centro de BH

Obra tem 489 metros quadrados, 36,1 metros de altura e foi pintada no Edifício Rochedo

Crédito - @biaformada

Ao passar pela região do Mercado Central, moradores da capital mineira podem admirar uma grande pintura que retrata a luta pela terra e por uma alimentação saudável. A obra, produzida por artistas do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para o Circuito Urbano de Arte (Cura) e chamada de “Por terra, arte e pão”, foi entregue no domingo (25).

Com ato político-cultural, mística e feira da reforma agrária, militantes e apoiadores do movimento receberam emocionados a entrega da empena, que tem 489 metros quadrados, 36,1 metros de altura e foi pintada no Edifício Rochedo, próximo à Praça Raul Soares.

Para Luana Oliveira, do coletivo de cultura do movimento, ao ocupar a cidade, a organização demonstra sua amplitude para a sociedade.

“A gente constrói novas relações dentro dos nossos territórios e essa arte expressa um pouco disso. Temos o enfrentamento e a luta, mas também temos a alegria e a semeadura. Ocupar o Centro com arte e cultura é desvelar que o MST é um movimento cultural, político, de massas e que tem uma proposta para a sociedade, a reforma agrária popular”, destaca Luana.

A dirigente enfatiza que, além das ocupações de terras que não cumprem sua função social e a produção de alimentos, o MST também é um grande produtor de arte e cultura.

“Com a empena, queremos dizer que esse movimento bonito que doa alimentos, que é o maior produtor de arroz agroecológico do mundo, é o mesmo movimento que derruba porteiras e cercas de Norte a Sul do país para dar possibilidade a quem não tem nada”, completa.

Em sua sétima edição, o Cura deste ano teve como tema a “Terra” e abordou questões relevantes à população negra, indígena e mais vulnerável. A relação entre os organizadores do festival e o MST começou durante a terceira edição da “Escola de arte João das Neves”. Na ocasião, o coletivo foi convidado pelo movimento para ministrar uma oficina de Arte Pública.

Processo coletivo

Prática incorporada pelo movimento desde a sua fundação, o cuidado com o método de construção coletiva também marcou a produção da pintura. Desde o objetivo, passando pelas cores da obra, até a elaboração da proposta final, todas as questões foram debatidas em reuniões semanais.

“A nossa organicidade, que é sempre coletiva, foi muito bem recebida pelo Cura. Foi um processo extremamente sensível, fraterno e potente. A arte já expressa muita coisa, mas, como ela foi construída tem uma força ainda maior e é por isso que tantas lágrimas desceram no momento de entrega da empena”, conclui Luana.

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