MST realiza Jornada em Defesa da Natureza e seus Povos na semana do meio ambiente

Ação mobiliza famílias Sem Terra em todo o país entre os dias 1º e 8 de junho

MST realiza Jornada em Defesa da Natureza e seus Povos na semana do meio ambiente
Jornada mobiliza famílias Sem Terra de todo o Brasil contra o modelo de produção do agronegócio e em defesa da natureza. Foto: Priscila Ramos
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A partir de hoje, sábado, 1 de junho, até o dia 8, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estará promovendo a Jornada Nacional em Defesa da Natureza e seus Povos.

O objetivo é ampliar as ações de solidariedade às famílias afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul e denunciar o agronegócio diante da crise ambiental e do aumento dos eventos climáticos extremos.

A Jornada contará com uma série de atividades envolvendo trabalhadores Sem Terra de todo o Brasil, destacando a importância da Reforma Agrária Popular como medida urgente para enfrentar a crise ambiental, através da democratização da terra e da promoção da agroecologia.

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Esta iniciativa coincide com a semana em que celebramos o Dia Mundial do Meio Ambiente, em 5 de junho, estabelecido pela ONU em 1972 para conscientizar a população sobre os problemas ambientais e a preservação dos recursos naturais.

Renata Menezes, da direção nacional do MST pelo Coletivo de Juventude, ressalta a importância da luta pela natureza como essencial para a sobrevivência da humanidade, especialmente da classe trabalhadora mais vulnerável aos impactos dos desastres ambientais.

A questão ambiental não é passageira, mas sim uma problemática histórica que exige ações concretas. A Jornada em Defesa da Natureza surge como uma ferramenta popular para combater a ganância do capital e do agronegócio, que priorizam o lucro em detrimento da vida e impedem a construção de uma relação equilibrada entre seres humanos e natureza. É fundamental preservar as tradições de cuidado com a terra e a produção agroecológica para garantir um futuro sustentável para todos.

O agronegócio desmata os biomas brasileiros

De acordo com o Relatório Anual de Desmatamento no Brasil da MapBiomas, em 2023, a Amazônia e o Cerrado foram responsáveis por mais de 85% da área total desmatada no país. Pela primeira vez, o Cerrado ultrapassou a Amazônia, registrando a maior área desmatada entre os biomas, com um total de 1.110.326 hectares, representando um aumento de 67,7%. Por outro lado, a Amazônia teve uma redução de 62,2% em comparação com o ano anterior.

No Pantanal, o desmatamento aumentou em 59,2%, assim como a área média dos alertas, que teve um acréscimo de 35,9%, resultando em uma média de 158,2 hectares nos eventos de desmatamento. Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu mais de 8,5 milhões de hectares de vegetação nativa, o equivalente a duas vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro.

O relatório da MapBiomas destaca que mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil nos últimos cinco anos foi causada pela pressão da Agropecuária. Na Caatinga, o desmatamento associado aos empreendimentos de energia solar e eólica aumentou para 24%, resultando na perda de mais de 4.302 hectares. Além disso, mais de 37 mil hectares foram desmatados devido à pressão do Garimpo, afetando principalmente o estado do Pará.

Diante desse cenário preocupante, é crucial frear o avanço do capital sobre os recursos naturais. Menezes ressalta a importância de lutar em defesa da natureza, especialmente diante dos retrocessos nas leis trabalhistas, flexibilização das leis ambientais e aumento da liberação de agrotóxicos. É fundamental unir esforços na Jornada em Defesa da Natureza para proteger nossos bens comuns e garantir um futuro sustentável.

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