Com o objetivo de mobilizar as mulheres sobre a realidade rural e valorizar a economia gerada por elas dentro da propriedade, seja na agricultura familiar ou no artesanato, foi realizada no final de semana um encontro que contou com a parceria de agentes do poder público, envolvendo várias secretarias, Unifei, Emater e a ONU Mulheres.
As participantes receberam as cadernetas e toda orientação de preenchimento para registrarem os valores da produção consumida e que circula na comunidade. Foram utilizadas quatro categorias, tendo como referência o valor de mercado dos itens produzidos: autoconsumo, troca, doação e venda.
De acordo com a diretora de Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Itabira, Nyara Martins Crispim, o projeto busca dar visibilidade ao trabalho das mulheres quilombolas para que as participantes consigam mensurar a renda gerada por ela, criando um conhecimento da importância da produção para a segurança e soberania alimentar da família.
“A Prefeitura está em contato com o Centro de Tecnologias Alternativas (CTA/Viçosa/MG), responsável pela criação e patente da Caderneta Agroecológica, para formalização de termo de parceria que possibilitará que o projeto possa atender mulheres em toda a comunidade rural do município”, conclui Nyara.
Em tempo
A Caderneta Agroecológica é uma metodologia fundamental realizada no contexto da assessoria técnica na perspectiva das mulheres para as ações de agroecologia e da economia solidária, que permite o registro de valores da produção que circula na comunidade rural.
Tendo como referência cada item produzido são utilizadas as categorias de autoconsumo, trocas, doação e venda em um período de 30 dias.
As Cadernetas Agroecológicas têm sido utilizadas por diversas mulheres no Brasil, por meio de políticas públicas governamentais e com incentivo de organizações de cooperação nacional e internacional. Os resultados destacam o conhecimento sobre a economia gerada pelas mulheres dentro da propriedade rural, além de contribuir para tornar os trabalhos desenvolvidos mais visíveis. O que possibilita que as mulheres envolvidas possam mensurar a atuação delas na agricultura familiar e artesanal.
Após a implementação do projeto uma comissão local, facilitada pela ONU Mulheres, será responsável pelo acompanhamento e monitoramento, com capacitação de agentes/técnicas que irão conduzir o trabalho.