Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte, tem Corpo-Correnteza, nesta sexta-feira

Corpo-Correnteza é a primeira mostra individual do artista barranqueiro Bicho Carranca, sendo aberta ao público nesta sexta(1)´, às 19h.

Quando o rio está vivo, a vida retorna e essas fotografias retratam um pouco da relação do barranqueiro com o rio.
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O artista barranqueiro Bicho Carranca (Danilo Nascimento), estreia sua primeira exposição individual, intitulada Corpo-Correnteza, no SESI Museu de Artes e Ofícios, em Belo Horizonte. “É uma alegria muito grande poder realizar uma exposição individual, sobretudo porque o Museu de Artes e Ofícios tem uma ambiência análoga ao meio em que vivi desde a infância”, conta o artista que acontece ás 19 h, desta sexta. A visitação vai até 28 de agosto na Rua Rui Barbosa, 600, centro.

A exposição Corpo-Correnteza traz em sua poesia a simbiose do barranqueiro Danilo Nascimento com o rio São Francisco, mais especificamente em Pirapora, norte de Minas, cidade natal do artista. A mostra ocupará duas salas no Museu – através de fotografias – e está dividida em duas séries muito potentes: Vultos e Saltos. A série Vultos descreve como os corpos se desintegram em si e passam a se integrar ao rio, denotando leveza, desapego das formas e uma nova condição de existência dos corpos do rio. Já a série Saltos resgata, na imagem, a lembrança da infância nas correntezas do rio, um movimento genuíno da criança ribeirinha barranqueira e a alegria acompanhada da coragem.

Não menos importante do que as fotografias, as molduras carregam a força do ofício de marceneiro do pai do artista, acrescendo a história dessas madeiras. “Fizemos a reutilização de madeiras que foram trazidas da Bahia na época em que meu pai veio de lá. Essas madeiras – cedro, umburana e imbuia – eram dos portais e de camas que lá usavam e trouxeram quando foram obrigados a sair de sua terra por causa da represa de Sobradinho na Bahia”, relata o artista.

Bicho Carranca conta que o trabalho teve início em 2019 e ganhou mais força em 2021 e 2022 quando houve enchente no Rio São Francisco depois de muitos anos de seca.

“Quando o rio está vivo, a vida retorna e essas fotografias retratam um pouco da relação do barranqueiro com o rio. Essa foi minha vida, sou filho de gente do rio, minha história vem dali e eu procuro retratar aquilo que quero ver de mais bonito na relação do homem com o rio. As duas séries me trazem um pensamento simples: não somos distintos da natureza e nossas vidas estão nessas águas que nos abastecem e revigoram”, explica.

Nas palavras do artista, “a mostra Corpo-Correnteza percorre a cachoeira sobre pedra escorregadia e água barrenta, salta da ponte pra desprender o anzol na boca do caboclo d’água. ‘Ninguém salta triste!’ e ‘todo corpo se funde com a natureza’ são alguns dos dizeres que resumem a exposição”.

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