Museu do Ipiranga reabre ao público depois de nove anos e quer perfil mais popular

Prédio do século 19 ficou fechado durante nove anos para reformas e reabre como parte das comemorações dos 200 anos da Proclamação da Independência

Publicidade _

Depois de nove anos, o Museu Paulista da Universidade de São Paulo, mais conhecido como Museu do Ipiranga, na região centro-sul da cidade, reabre ao público como parte das comemorações do bicentenário da Proclamação da Independência. Para este 7 de Setembro especial, está prevista uma inauguração simbólica, voltada para estudantes de escolas públicas e trabalhadores que participam do processo de recuperação. A população em geral poderá visitar o espaço a partir de quinta-feira (8), mas os primeiros quatro dias, pelo menos, já foram preenchidos devido à alta procura no site do museu, que será reaberta na próxima segunda (12). Durante dois meses, a entrada será gratuita. A ideia é torná-lo uma atração mais popular.

Para hoje e amanhã, estão previstas várias atrações musicais, na área do parque, a partir das 17h. Nomes como Criolo, Margareth Menezes, Gaby Amarantos e Fafá de Belém se apresentam, entre outros. A última atração, já na quinta, é Geraldo Azevedo.

Segundo os organizadores, serão inauguradas 11 exposições permanentes. Uma temporária está prevista para novembro. O local tem 3.700 itens disponíveis à visitação, entre pinturas, esculturas, documento, fotografias e objetos variados. É o museu público mais antigo de São Paulo. Com a reforma, deve dobrar de tamanho.

Quadro de Pedro Américo

No meio desse acervo ampliado, um dos itens certamente mais procurados será a tela Independência ou Morte (1888), de Pedro Américo. O restauro começou ainda no início das obras no museu, em 2019. No ano seguinte, o quadro foi embalado para início da reforma do Salão Nobre, que tem 182 metros quadrados e 10 metros de pé-direito. Suas dimensões são de 415 cm x 760 cm. Outra atração é uma maquete de São Paulo de 1841, projetada e confeccionada pelo holandês Henrique Bakkenist, e concluída em 1922, ano do centenário da Independência.

“O processo de restauro (do quadro) envolveu pesquisa e parcerias com o Instituto de Física e Química da USP, o que incluiu uma análise química das tintas usadas e uma varredura na tela com luz infravermelha. Ambos os processos permitiram traçar a origem dos materiais utilizados por Pedro Américo e também a evolução da pintura, com a revelação dos “arrependimentos” do artista, e os retoques feitos por ele durante a execução da tela”, informa o museu. “Entre outros detalhes, foi descoberto que o autor mudou a assinatura de lugar.”

Até 1 milhão de visitantes por ano

Assim, o custo da reforma foi estimado em R$ 211 milhões. A maior parte captada no setor privado, via lei federal de incentivo à cultura. Também houve investimento privado, sem incentivo fiscal, e aportes públicos. Agora, os responsáveis acreditam que o local passará a receber de 900 mil a 1 milhão de pessoas por ano. Além do chamado e conhecido Jardim Francês, terá café, loja e auditória para 200 pessoas. Além disso, o público poderá usar o mirante, com visão de 360 graus.

O prédio, inaugurado em 7 de setembro de 1895, está tombado pelo patrimônio histórico – federal, estadual e municipal. Tem 123 metros de comprimento e 16 de profundida. Está sob administração da USP desde 1963.

Publicidade