Número de fumantes está em queda no Brasil, mas campanhas antifumo ainda são necessárias

Ainda há um caminho a ser seguido

A maioria dos fumantes no país é composta por homens de baixa escolaridade, com faixa etária dos 45 aos 54 anos.
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A redução do número de fumantes no Brasil vem ocorrendo de forma gradativa desde os anos 90.
Entretanto as doenças provocadas pelo consumo de cigarro ainda chamam a atenção.
Um compilado de informações do IBGE, da Receita Federal e do Vigitel, sistema governamental de vigilância da saúde da população, mostra que, entre 1980 e 2010, houve uma queda de 65% do mercado tabagista no país.

Mas ainda há um caminho a ser seguido.
O Brasil já tem um planejamento de combate ao cigarro para até 2030.
Ele obedece ao Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas e Agravos Não Transmissíveis (também chamado de Plano de DANT).
Este mesmo documento, aliás, mostra que, em 2019, 9,8% da população das capitais e do Distrito Federal ainda eram fumantes.
A maioria é composta por homens de baixa escolaridade, com faixa etária dos 45 aos 54 anos.

Consequências graves

“Os números são positivos e devem ser celebrados, mas ainda notamos um alto surgimento de doenças originárias do tabagismo, principalmente cânceres de pulmão, de boca, de laringe e pâncreas, dentre outros. Ainda é preciso percorrer um longo caminho para que essas enfermidades, que ocorrem em sua maioria por conta do cigarro, sejam reduzidas”, explica o pneumologista do Hospital Felício Rocho Leonardo Meira.

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Ainda de acordo com o Plano de DANT, estima-se que em 2015 mais de 156 mil mortes tenham sido provocadas diretamente pelo consumo de cigarro, representando uma média de 428 mortes por dia – 12,6% dos óbitos registrados no país.
“O problema é que o fumo ainda é um hábito preservado em parte da população. Para agravar, a interrupção do consumo de cigarro é bastante difícil, especialmente porque em sua composição há elementos que levam à dependência. É um desafio bastante difícil para o fumante e para a própria sociedade”, argumenta o médico.

Por isso, ele defende a manutenção de campanhas antifumo e uma política mais rigorosa contra a indústria tabagista, como já vem ocorrendo.
“A tributação mais pesada sobre o cigarro tem se mostrado um plano eficaz não só no Brasil como em outras partes do mundo. Mas há mais a ser feito: é preciso vencer o vício do cigarro pela consciência, não pelo preço que chega ao consumidor”, pontua o pneumologista do Felício Rocho.
Segundo ele, toda campanha que promova a conscientização é importante, se conseguir subtrair novos consumidores do mercado.

Foto: Banco Mundial

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