‘O que Arthur Lira está fazendo é chantagem com o governo’, diz cientista político

Pedro Fassoni comenta as críticas do deputado alagoano à articulação política do governo federal

'O que Arthur Lira está fazendo é chantagem com o governo', diz cientista político
O presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente da República Lula, em Brasília
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O cientista político Pedro Fassoni avalia que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira(PP – AL),  perdeu os pudores e tornou pública a chantagem por mais cargos dentro do governo federal. A análise foi feita nesta quinta-feira(01), no programa Central do Brasil

Para Fassoni, esta postura do parlamentar de condicionar a votação de pautas importantes para o governo, como a chamada MP da Esplanada, à liberação de emendas e nomeação de aliados nos ministérios é bastante negativa. 

“O que Arthur Lira está fazendo é chantagem com o governo federal, condicionando a votação de algumas medidas de interesse do governo a distribuição de cargos para seus aliados. Tá escancarado. E a gente vê isso no noticiário, com esse modus operandi sendo tratado com naturalidade. Nem faz questão de esconder mais. É um desvio de função. Ele está colocando seu cargo de presidente para beneficio pessoal.” 

O mais recente embate entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara aconteceu nesta quarta-feira (31), quando entrou em pauta a MP 1154/23, que reorganiza a estrutura ministerial do governo.

O texto, aprovado por 337 votos a 155, foi avaliado como vitória do governo. No entanto, o presidente Lira disparou contra a articulação política do Planalto. Afirmou que a há uma “insatisfação generalizada” entre os deputados e que “a acomodação política” não está feita. 

Na terça-feira a mesma Câmara dos Deputado impôs outra derrota ao governo, em um tema muito caro para o campo progressista: a votação do PL 490, que fixa o Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil. 

Fassoni avalia que este comportamento sugere que Lira quer manter ativa uma agenda que foi derrotada nas urnas. 

“Lira é um bolsonarista. Fez campanha pro Bolsonaro e é totalmente identificado com os interesses reacionários da sociedade brasileira. O governo também  não tem muita margem para negociar. O centrão está exigindo liberação de verbas, emendas, mas uma hora isso acaba e perde-se essa moeda de troca”, analisou. 

A entrevista completa você acompanha na edição desta quinta-feira(01) do programa Central do Brasil.

Assista ao programa completo 

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