“O que pode o corpo?” – Exposição em cartaz na Galeria da FAOP

Artista convoca o público a refletir sobre o corpo na mais nova exposição da Galeria de Arte Nello Nuno, da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP). Com entrada gratuita, mostra fica em cartaz até 25/02

Exposição Caio Mateus_Crédito_Ascom_FAOP
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 “O que pode o corpo” é o título da exposição do artista plástico Caio Mateus, atualmente em exibição na Galeria de Arte Nello Nuno, pertencente à Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP), localizada no bairro Rosário, em Ouro Preto.

A escolha de um título em forma de pergunta não apenas instiga a curiosidade dos visitantes, mas também os convida a refletir sobre o tema por meio das artes visuais.

Natural de Divinópolis, cidade situada na região centro-oeste do estado, Caio criou essa exposição única na Galeria da FAOP, a partir de dois projetos distintos.

O primeiro projeto, denominado “Antagonismo” (2021), consiste em 180 desenhos meticulosamente elaborados pelo artista, utilizando grafite e borracha sobre papel. Inspirado por fotografias dos rostos de soldados sobreviventes da Primeira Guerra Mundial, que passaram por procedimentos de reconstrução facial conduzidos pelo Dr. Harold Gilles, Caio criou um material que remete à montagem de álbuns de família e registros históricos. No entanto, a disposição e a quantidade desses retratos geram um antagonismo entre rostos marcantes, mas que acabam sendo rapidamente esquecidos em meio à profusão de imagens.

A sonoplastia criada pelo artista Arnold Gules Airaia contribui para a presença e ausência de um ruído inquietante, a fim de estimular a reflexão sobre os discursos conflitantes do belicismo e do heroísmo, bem como sua relação com a deformação e a ruína. Essas imagens transitam no campo da memória, caminhando em direção ao esquecimento.

Exposição Caio Mateus_Crédito_Ascom_FAOP

O segundo projeto presente na exposição é o que dá nome ao trabalho atualmente em exibição na Galeria da FAOP: “O que pode o corpo?” (2023). Essa parte da exposição apresenta oito pinturas e sete desenhos, todos eles inspirados em fotografias capturadas no Hospital Sainte Justine, no Canadá, que retratam anomalias e formações embrionárias singulares.

O objetivo aqui é despertar a imaginação do público em relação às possibilidades de transformação do corpo humano, que vão além dos limites impostos pela medicina e pela viabilidade biológica.

“Essa exposição aborda o corpo, seja ele doente, peculiar ou diferente, e ressalta que esse corpo também tem seu lugar. E esse lugar é moldado também pelo público. A arte não pertence apenas ao artista”, afirma Caio Mateus, com entusiasmo.

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