Operação Di@na: MPMG obtém condenação de autor de ameaças a deputadas mineiras

Crimes cibernéticos sem esconderijo

Acusado fez ameaças de estupro e morte praticadas contra as deputadas estaduais Lohanna Souza França Moreira de Oliveira, Bella Gonçalves e Beatriz Cerqueira, além de violência psicológica, transmissão e publicação de fotos e vídeos de nudez e pornográficos de adolescentes, entre outros crimes.
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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) obteve a condenação em primeira instância de réu investigado por uma série de crimes cibernéticos, incluindo ameaças, a deputadas estaduais.

A sentença reconheceu a prática de diversos crimes, condenando o denunciado a 12 anos e nove meses de prisão, em regime inicial fechado.

Conforme apurado, o réu se utilizava de múltiplos pseudônimos e técnicas de ocultação para praticar os crimes, entre eles, ameaças e injúria contra as deputadas, denunciação caluniosa, violência psicológica, transmissão e publicação de fotos e vídeos de nudez e pornográficos de adolescentes, instigação à automutilação, veiculação de símbolos nazistas, associação criminosa e corrupção de menores.

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A condenação se deu por meio da atuação da 12ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber) e das Polícias Militar e Civil de Minas Gerais.

Segundo o coordenador do Gaeciber, promotor de Justiça André Salles Dias Pinto, a sentença representa um marco no combate aos crimes cibernéticos, demonstrando a efetividade da atuação conjunta do Ministério Público, Polícia Militar e Polícia Civil na identificação e responsabilização dos autores de tais delitos.

Ainda cabem recursos contra a sentença.

Relembre

No âmbito da operação, foi realizada em maio do ano passado, a prisão do indiciado em Olinda, no estado de Pernambuco, após investigação cibernética e trabalho de campo que identificou e localizou o acusado, que foi transferido imediatamente para Minas Gerais.

Ele foi preso preventivamente pelas ameaças de estupro e morte praticadas contra as deputadas estaduais Lohanna Souza França Moreira de Oliveira, Bella Gonçalves e Beatriz Cerqueira.

O Ministério Público, a Polícia Civil e a Polícia Militar descobriram que as ameaças foram planejadas e executadas no contexto de fóruns e grupos na internet denominados “chans”, onde seus integrantes realizavam incitação à violência, à pedofilia e à necrofilia, com postagens de imagens de estupros, assassinatos e mutilações e com grande conteúdo de abuso e exploração sexual infantil (“pornografia infantil”).

Nas fases anteriores da investigação, a força-tarefa arrecadou diversos dispositivos informáticos nas residências de outros investigados.

E, a partir de diligências cibernéticas, identificou parte dos usuários integrantes do “chan” ligados às condutas investigadas e o principal líder do grupo criminoso, usuário dos nicknames “Leon” e “Grow”.

Essa pessoa passou a ser o principal investigado como responsável pelos crimes praticados em desfavor das parlamentares mineiras e por coagir adolescentes a se automutilarem e a lhe enviarem fotos nuas.

O nome da operação, Di@na, vem da deusa Diana da mitologia, que é a Deusa da caça e protetora das mulheres e crianças. O @ faz referência aos crimes cibernéticos investigados.

Fonte: MPMG

Foto: PCMG