A liberdade de alçar voos cada vez mais distantes por meio da arte foi a inspiração para o projeto “Fernão Capelo Gaivota”, que será lançado em 22 de dezembro, às 20h, no YouTube e no Spotify. A Orquestra Ouro Preto e o Instituto Cultural Vale celebram a riqueza da arte brasileira unindo literatura, dança e música em uma conexão sem fronteiras com jovens artistas do projeto Vale Música de Serra (ES), Belém (PA) e Corumbá (MS).
A mistura improvável da arte de diferentes cantos do Brasil, em cenários diversos e exuberantes, se torna realidade na produção audiovisual inédita, uma cantata cênica para coro infantil, balé e orquestra.
O livro homônimo, clássico da literatura mundial de Richard Bach, ganha novos contornos com a adaptação para orquestra, coro, narrador e balé assinada pelo Maestro Rodrigo Toffolo. A história que fala sobre a liberdade, a aprendizagem e o amor conta ainda com nomes de peso como Tim Rescala, autor da música original, e a narração conduzida pela doce voz da atriz Zezé Motta.
De Belém do Pará, os jovens da Orquestra de Cordas e Sopros e as 65 crianças que compõem o Coro Infantil Fundação Amazônica de Música se apresentam em cenários marcantes como o Mercado Ver-o-Peso, a Estação das Docas, o Mangal das Garças e o Forte do Presépio. De Serra, no Espírito Santo, os músicos da Orquestra de Cordas e Sopros mostram seus talentos na Praia de Manguinhos, na Ilha das Caieiras e na Igreja de Queimados. E do coração do Pantanal, bailarinos da Cia. de Dança do Pantanal flutuam como pássaros pela natureza da Serra do Amolar.
Para o Maestro Rodrigo foi uma experiência ímpar presenciar a diversidade da arte brasileira em um projeto tão inovador. “Sempre achei que esse é daqueles livros que todo mundo deveria ler na vida. Ele tem uma mensagem muito importante sobre a liberdade, o amor e a beleza de acreditar em si mesmo. Esse projeto é um sonho realizado, que mostra a potência da história de Fernão Capelo através da música, do canto e da dança brasileira. É um projeto lindo, motivo de muito orgulho para todos nós e o brilho nos olhos desses jovens músicos e bailarinos espalhados pelo Brasil comprovam que as possibilidades são sim, infinitas. Assim como a paixão por voar transformou Fernão, acredito que a paixão pela arte, pela música pode transformar as pessoas”, completa o maestro.
A gerente do Instituto Cultural Vale, Christiana Saldanha, destaca o encontro entre um clássico da literatura, dos alunos do Programa Vale Música e dos bailarinos da Cia de Dança do Pantanal. “Fernão Capelo Gaivota nos ensina que podemos ir além. Fernão tinha paixão por voar e buscou conhecer e aprender mais sobre o que o voo lhe permitia. Foi a primeira gaivota a fazer acrobacias! Se não fosse sua curiosidade, isso não teria sido possível. É especialmente simbólico celebrarmos um ano de dedicação de jovens músicos e bailarinos às artes neste espetáculo tão especial ao lado da Orquestra Ouro Preto. Ao mesmo tempo, é um momento para vislumbrarmos, juntos, um futuro de possibilidades através da cultura”.
Para Márcia Rolon, diretora do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, projeto que deu origem a Cia. de Dança do Pantanal, esse trabalho foi um grande desafio para os bailarinos, mas que teve um resultado esplêndido. “Essa busca pela perfeição, presente em Fernão Capelo Gaivota, é algo que, nós, bailarinos, perseguimos constantemente, por isso também nos identificamos tanto com esse trabalho. Li esse livro na adolescência e fazer esse trabalho foi como um reencontro. A música é leve, é suave, é alegre, é infantil e ao mesmo tempo muito profunda. Ela fala de diversidade e traz todos os pontos da história do livro de uma maneira muito concreta, é uma leitura musical”. Ainda segundo Márcia, um dos momentos do espetáculo que emocionaria até o autor do livro, se ele escutasse, é a “Canção de Ninar”. “Essa música foi criada com uma profundidade e uma pesquisa incríveis e acho que é um dos pontos altos. É uma história que merece percorrer o mundo, e não só o Brasil, e todos nós precisamos vivenciar, para tirar as amarras desses tempos de pandemia, porque a essência, a nossa conquista de liberdade está do lado de dentro e depende de cada um. É uma mensagem que precisa ser dita aqui, agora, para que o amanhã seja possível”, completa.
O Vale Música
Desde os anos 2000, a Vale cria oportunidades para estudantes participarem de formações musicais e desenvolverem seus talentos, nos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul. Em 2019, foi criada uma rede colaborativa de ensino e aprendizagem entre os projetos musicais dos quatro estados e orquestras parceiras, que recebeu o nome de programa Vale Música. O Vale Música, que integra o eixo de programas autorais do Instituto Cultural Vale, contempla intercâmbios entre estudantes e professores dos polos de formação do programa, aulas com músicos das orquestras profissionais patrocinadas pela empresa. Os estudantes participam de aulas por naipes, masterclasses de instrumentos e workshops sobre formação de orquestra e música de concerto. O programa também cria oportunidades para que os jovens músicos participem de qualificações presenciais com as orquestras, além de apresentações integradas, onde eles experimentam a rotina de músicos profissionais.
A Orquestra Ouro Preto
Uma das mais prestigiadas formações orquestrais do país, a Orquestra Ouro Preto completa 21 anos de atividades e se reafirma como uma orquestra de vanguarda. Sob a regência e direção artística do Maestro Rodrigo Toffolo, o grupo se dedica à formação de diferentes públicos, com extensa programação nas principais salas de concerto no Brasil e no mundo, além de se destacar no número de visualizações e ouvintes das plataformas de streaming e redes sociais. Sob os signos da excelência e versatilidade atua também em projetos sociais e educacionais que vão muito além da música, como o Núcleo de Apoio a Bandas e a Academia Orquestra Ouro Preto. Premiado nacionalmente, o grupo tem 12 trabalhos registrados em CD, 7 DVDs. Foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira em 2015, na categoria “Melhor Álbum de MPB”, e indicada ao Grammy Latino 2007, como “Melhor Disco Instrumental”, por Latinidade. Os discos “Latinidade – Música para as Américas”, “Antônio Vivaldi – Concerto para Cordas”, “The Little Prince” e “Orquestra Ouro Preto e Desvio – Ritmos Brasileiros” têm distribuição mundial pela gravadora Naxos, a mais importante do mundo dedicada à música de concerto.