Em evento realizado no auditório da Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop) nesta terça, 17, a Prefeitura lançou o material didático do Programa de Educação Patrimonial “Ouro Preto, o meu lugar”, oficializou a participação de mais duas secretarias e da Prefeitura de Ouro Branco ao Programa e anunciou que as restaurações das igrejas do Bom Jesus de Matosinhos e de São Bartolomeu estão nas prioridades do governo, com projetos adiantados para encaminhamento ao PAC das Cidades Históricas.
A cerimônia englobou o 1º Encontro de Gestores e Agentes de Preservação do Patrimônio Cultural e o 3º Fórum de Educação Patrimonial, encerrando a Semana do Patrimônio que teve início dia 11 de agosto e faz parte da 8ª edição da Jornada do Patrimônio Cultural de Minas Gerais.
A secretária de Cultura e Patrimônio, Margareth Monteiro, lembrou a especificidade de Ouro Preto e da história desta cidade. “Nosso patrimônio cultural perpassa pelas edificações e pelo intangível, o imaterial. O que a gente quer é trabalhar junto com a comunidade e criar laços de parceria para preservação, pois ninguém preserva aquilo que não ama. O nosso maior patrimônio é o cidadão”, ressaltou. O presidente do Conselho de Patrimônio Cultural e Natural (Compatri), Carlos Magno Paiva, completou dizendo que “não são as leis que vão proteger o patrimônio cultural, mas o afeto, a educação patrimonial, o envolvimento do cidadão”.
Ao fim, o prefeito ressaltou que é preciso valorizar os distritos e fortalecer esse sentimento de pertencimento com todos. “É a educação que vai salvar o Brasil dessa crise. Viva o patrimônio cultural”.
Também participaram do evento a superintendente Regional de Ensino, Raquel Aline Soares de Oliveira Cordeiro, o presidente da Faop, Jefferson da Fonseca, o gerente de Patrimônio Histórico da Prefeitura de Ouro Branco, Edilson Nascimento, a pró-reitora adjunta de Extensão e Cultura da Ufop, Gabriela de Lima Gomes, e os secretários municipais Zaqueu Astoni, Felipe Guerra, Rodrigo Câmara, Crovymara Batalha, Fabrício Gonçalves, Wagner de Melo, Chiquinho de Assis, Rogério Fernandes e Débora Etrusco.
1º Encontro de Gestores e Agentes de preservação do Patrimônio Cultural
As arquitetas da Secretaria de Cultura e Patrimônio, Ana Paula da Silva Paixão e Polyana Pereira Coelho, falaram sobre a trajetória de Ouro Preto nos 25 anos do ICMS Cultural, explicando os trabalhos realizados nos departamentos municipais de Supervisão e Pesquisa do Patrimônio Cultural e Natural e de Proteção Cultural e Promoção da Igualdade Racial.
Ouro Preto tem hoje 2219 fichas de inventário no Município, trabalho realizado desde 2006 pela Secretaria de Patrimônio, a qual foi criada no ano anterior quando Angelo Oswaldo era prefeito. Atualmente, 100% dos recursos arrecadados com o ICMS Cultural vão para o Funpatri para que seja reinvestido em ações voltadas à valorização e preservação do patrimônio cultural.
Ana Paula ressaltou que “o sucesso da política é fruto das parcerias entre as secretarias. Ouro Preto tem duas palavras chave: referência e liderança. E isso se dá pelas políticas consolidadas de preservação do patrimônio no município”, lembrando que isso é resultado de se ter um conselho de patrimônio forte e atuante, possuir um fundo específico para o patrimônio e ter uma gestão consolidada. “A gente tem que perguntar para as pessoas o que é patrimônio para elas”, encerrou Polyana.
3º Fórum de Educação Patrimonial
O Fórum de Educação Patrimonial deste ano foi incorporado às comemorações da semana do patrimônio. Houve o lançamento do material didático do programa “Ouro Preto, o meu lugar” e a adesão das Secretarias de Meio Ambiente e de Esportes e Lazer, além da Prefeitura de Ouro Branco, que elogiou o programa ouro-pretano e decidiu implantar também na cidade vizinha.
Além das três escolas iniciais do projeto piloto, as quais contaram com financiamento do Ministério Público para impressão do material didático – Monsenhor João Castilho Barbosa, na Barra, Doutor Pedrosa, em Santo Antônio do Leite, e Haideé Antunes (CAIC), em Cachoeira do Campo, o Programa agora será ampliado para outras duas escolas: Bernardina Queiroz, de educação infantil, e Daura de Carvalho Neto, estadual, ambas em Antônio Pereira e que contam com financiamento da Samarco para o material.
A coordenadora do Programa e da Casa do Professor, Cláudia Pereira, lembrou que o material ficou pronto durante a pandemia e, por isso, ainda não foi entregue aos alunos. Ressaltou também a parceria com a Ufop para o sucesso obtido.
“Estamos aí para levar adiante esse projeto em todas as escolas. Quero agradecer à Claudia por levar adiante e coordenar esse desafio”, ressaltou o prefeito Angelo Oswaldo. O evento foi encerrado com depoimentos de diversas pessoas envolvidas no programa.
Fotos: Nizea Coelho e Ane Souz/PMOP