Ouro Preto, resgatou na Semana Santa deste ano, uma procissão dos tempos coloniais, a qual não acontece há um século, de acordo com pesquisas da Igreja. O cortejo denominado Procissão do Fogaréu.
“Estamos fazendo um resgate histórico, reavivando esses momentos do sofrimento de Cristo”, afirma o reitor do Santuário Nossa Senhora da Conceição e titular da paróquia, o cônego Luiz Carlos César Ferreira Carneiro.
Com saída da Igreja São Francisco de Assis, às 23h, após a cerimônia de lava-pés, a Procissão do Fogaréu seguiu em direção à Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões (Mercês de Baixo), de onde saiu a imagem de Jesus Flagelado rumo à Igreja Nossa Senhora das Dores. “Não sabemos por que a tradição do século 18 foi interrompida, mas retomá-la é importante. Ressaltando que, em Minas, a liturgia difere do caráter devocional, cônego Luiz Carlos explica que o cortejo recorda o momento da prisão de Cristo.
Trajando túnicas e capuz, o grupo saiu da Igreja São Francisco de Assis, carregando tochas durante toda a procissão.
Em seus últimos anos, no início do século 20, a procissão era realizada quase que inteiramente pelos Irmãos de Sant’Ana, da Santa Casa de Misericórdia, de onde saía, na quinta feira, descendo a ladeira de São Francisco de Paula, após as 22h, ficando as igrejas abertas à visitação madrugada adentro. À frente ia o estandarte com a insígnia SPQR (O Senado e o Povo Romano) e, numa parada na Matriz do Pilar, era encenada a prisão de Cristo.