Pauta da Câmara de Vereadores é trancada em protesto pela falta de água

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A 24ª Reunião Ordinária da Câmara de Ouro Preto foi realizada nessa quinta-feira (9). Cinco representações e dez indicações foram aprovadas. Além disso, três projetos de lei e um projeto de resolução foram distribuídos às comissões. A dívida do município com a Cemig, que resultou no corte de energia elétrica no sistema de abastecimento de água e, consequentemente, a falta de abastecimento em alguns bairros da cidade foi o tema das representações 54/2019 e 55/2019, amplamente discutidas pelos edis.

Segundo o vereador Marquinho do Esporte (SD), autor de um dos requerimentos, é preciso uma resposta oficial para saber se o problema é do município ou da Cemig. “Sei que em 2017 a Prefeitura renegociou a dívida com a Cemig e a informação que eu tenho é que a Prefeitura não está pagando e, inclusive agora, veio esse corte na energia. No meu entendimento não era nem para ter chegado a esse ponto, já que, com certeza, a Cemig notificou o município.

Com o objetivo de cobrar agilidade e normalização no serviço de abastecimento de água do município, o presidente da Câmara, vereador Juliano Ferreira (MDB), decidiu trancar a pauta da reunião. “Há muitos dias está havendo um clamor das comunidades do Morro da Queimada, Morro Santana, Morro São João, Morro São Sebastião, Piedade, Treze de Maio e Córrego Seco de que não há abastecimento de água já que houve o corte de energia elétrica no sistema de abastecimento. A Prefeitura tem um acordo com a Cemig de uma dívida e está cumprindo devidamente. No entanto, o pagamento mensal está com atraso e aCemig teve essa atitude voraz de chegar e cortar a energia elétrica, o que acabou culminando na falta de abastecimento de água. Sei dos esforços do executivo, mas, ainda assim, tranquei a pauta para que o Prefeitura aperte mais a Cemig porque ela também tem a sua parcela de culpa. Sei também que a Cemig tem uma dívida que ultrapassa 10 milhões com Ouro Preto. Então, se ela é tão é de eficiente em cobrar a sua dívida ela deveria ser eficiente da mesma forma em pagar ao município o que ela deve. O trancamento de pauta é para atender os cidadãos ouro-pretanos que vem sendo afligidos pela falta de água. Esperamos que isso se resolva o mais rápido possível porque é quase impossível uma pessoa ficar em casa sem água. Sabemos das dificuldades. Se o legislativo puder fazer alguma coisa para contribuir, com certeza iremos fazer”, pontuou.

Durante a reunião, o vereador Chiquinho de Assis (PV) entrou em contato, por telefone, com uma servidora do Semae e ela informou que não há previsão de quando o abastecimento de água nesses bairros irá voltar. Porem, segundo a servidora, nobairro Piedade o serviço está sendo restabelecido gradativamente. “É muito importante frisar que não é papel do vereador o saneamento básico, não é o papel do vereador levar água para as pessoas, mas sim cobrar que nós tenhamos serviços públicos de qualidade. E essa questão da interrupção devida a falta de pagamento à Cemig é um ato extremamente covarde com a nossa população. O povo não quer saber quem está devendo, o povo quer água de qualidade. É com tristeza que a gente vê a pauta da Câmara trancada, cheia de projetos para votar, requerimentos, mas a Câmara tem que se mover e mostrar que tem independência política e está do lado do povo”, destacou.

Para a vereadora Regina Braga (PSDB), é importante questionar a Prefeitura sobre a situação. “Chegou a esse ponto de ter que cortar a luz das bombas de água e deixar vários bairros, várias pessoas sem água. Imagina uma família com acamados, com crianças. Escolas tiveram que interromper o horário normal de aula porque não tem água. E a prefeitura não mandou caminhão-pipa para amenizar o sofrimento. Então a gente tem que questionar. Eu imagino que a Cemig, para chegar nesse ponto, deve ter enviado muitas notificações. O prefeito simplesmente cruzou os braços e deixou tudo acontecer. Isso é um absurdo. Mas quero ouvir também a Cemig, questionar se há riscos de mais cortes. O presidente foi muito feliz em interromper a pauta. Não passa mais nada aqui enquanto não normalizar essa situação de falta d’água no município”, ressaltou.

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