Pela primeira vez, Comissão de Mulheres da Câmara de Belo Horizonte terá somente mulheres

Na legislatura retrasada só havia uma mulher entre os 41 vereadores de BH, número que aumentou para quatro na última legislatura. Atualmente elas são onze. Foto: Willian Delfino
Publicidade _

A importância da comissão e a necessidade de reunir os mais diferentes posicionamentos políticos em favor da mulher foram reforçadas pelas vereadoras da Comissão de Mulheres na Câmara de Belo Horizonte, após a eleição de Flávia Borja (Avante) presidente da Comissão de Mulheres do legislativo da capital. A vereadora Iza Lourença (Psol) será a vice da Comissão, até dezembro de 2022. e Marilda Portela (Cidadania) suplente.


Diversidade e autonomia


Flávia Borja e Fernanda Pereira Altoé reforçaram a importância da diversidade da comissão. “Eu sei que a gente tem aí uma diversidade e na multiplicidade de opiniões e posicionamentos eu sei que a gente vai construir o melhor para a cidade”, garantiu Flávia. “O importante é que nós possamos trabalhar de forma livre, trazendo as nossas ideias com apoio ao projeto da mulher, que é o nosso foco. O compromisso é compor diversos assuntos com respeito à igualdade de ideias”, disse Fernanda.
Sônia Lansky da Coletiva contou que já teve oportunidade de participar na comissão como cidadã prestigiando eventos e trazendo algumas demandas. “Temos à frente uma árdua luta para conquistar nossos direitos de igualdade, de respeito, de autonomia, de plena cidadania e redução das desigualdades de gênero, que é até plano municipal e eu até gostaria que, em algum momento, fosse tema dessa conversa nossa”, declarou.

-

Avanços históricos

Membro efetiva da comissão na legislatura anterior e suplente na atual, Bella Gonçalves relembrou um pouco da história da presença feminina da Câmara Municipal de Belo Horizonte. Ela contou na legislatura retrasada só havia uma mulher entre os 41 vereadores, número que aumentou para quatro na última legislatura. “As pessoas apostaram na disputa entre as mulheres e a gente construiu uma bancada de colaboração muito bonita. Debatemos temas diversos como encarceramento e violência contra a mulher. As mulheres construíram propostas conjuntas que avançaram muito em políticas públicas para mulheres, e acredito que a criação da comissão pode ser em parte responsável pela ampliação do número de cadeiras de mulheres dentro da Câmara Municipal”, refletiu.
A nova composição da Comissão de Mulheres, totalmente feminina, foi comemorada por Iza Lourença. “A Comissão de Mulheres foi fruto de uma conquista de quatro mulheres da legislatura passada, e ser composta apenas por mulheres agora é um avanço. Nós temos onze mulheres eleitas na Câmara Municipal e essa comissão representa uma quantidade grande de votos. Nós representamos muitas de nós que estamos para além dessa Casa”, afirmou.

Macaé Evaristo (PT), suplente na comissão, sublinhou a importância da representatividade da mulher negra dentro e fora da Câmara. “Eu quero falar aqui das mulheres negras. Nós somos sempre subrepresentadas nos lugares de poder, no setor privado e nos escalões mais altos, mas hiperrepresentadas quando se trata de exclusão, de desemprego e de pegar ônibus lotado às cinco, seis horas da manhã. Por isso eu acho que essa comissão tem um papel muito importante: pensar política para as mulheres, pensar a constituição de uma sociedade mais justa e mais democrática”, disse.

Publicidade