Prevent Senior não informou pacientes sobre ‘kit Covid”

Irregularidade apontada motiva autuação da ANS. Pacientes morreram sem assistência adequada, mesmo pagando mensalidades "astronômicas".

Depoimento da advogada de médicos da Prevent Senior, Bruna Morato, detonou os planos da Prevent e seus aliados.
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Após ser revelado em depoimento à CPI do Senado que apura irregularidades no combate à pandemia que a operadora de saúde Prevent Senior não informava os pacientes sobre a utilização de medicamentos sem eficácia contra a Covid-19, no tratamento da doença, a Agência Nacional de Saúde Suplementar lavrou auto de autuação contra a Prevent Senior.

Em nota, a ANS disse que “foram verificados elementos que contradizem a versão inicial apresentada pela operadora” e que “foram constatados indícios de infração” pela conduta de “deixar de comunicar aos beneficiários as informações estabelecidas em em lei ou pela ANS”. A Prevent Senior tem 10 dias para apresentar a sua defesa.

No comunicado, A ANS também afirma que apura denúncias de que a Prevent Senior cerceou o exercício das atividades médicas.

Operadora de saúde privada, Prevent Senior disseminou uso de medicamentos sem eficácia e ameaçou médicos durante a pandemia.

Confira nota na íntegra da ANS:

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) informa que, no curso das apurações relacionadas a denúncias contra a Prevent Senior, foram verificados elementos que contradizem a versão inicial apresentada pela operadora.

Dessa forma, foram constatados indícios de infração para a conduta de “Deixar de comunicar aos beneficiários as informações estabelecidas em lei ou pela ANS”, tipificada no art. 74 da Resolução Normativa nº 124 de 2006 e a ANS lavrou um auto de infração na tarde do dia 27/09/2021. A operadora tem 10 dias ca partir dessa data para apresentar sua defesa.

A ANS informa que também segue com as análises de documentos relativos à Prevent Senior a respeito das denúncias sobre cerceamento ao exercício da atividade médica aos prestadores vinculados à rede própria da operadora.
Paralelamente, a reguladora informa que realizou, na segunda-feira (27/09), diligências na sede operadora Hapvida, na capital cearense, e na sede da operadora São Francisco, em Ribeirão Preto. Embora faça parte do Grupo Hapvida desde 2019, a operadora São Francisco tem CNPJ próprio, devendo obedecer à legislação de saúde suplementar e estando sujeita a sanções caso cometa infrações. Durante as diligências foram solicitados esclarecimentos a respeito das denúncias sobre cerceamento ao exercício da atividade médica aos prestadores vinculados à rede própria da operadora, e sobre a assinatura de termo de consentimento, pelos beneficiários atendidos na rede própria, para a prescrição do chamado “Kit Covid”. Para a instrução dos processos que tramitam na ANS, foi concedido prazo de 5 (cinco) dias úteis para envio de documentação.

Foto capa: Edmílson Rodrigues

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