Suspeito de participar dos atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro, Clesio Ferreira, professor aposentado da UFOP e candidato derrotado a prefeito de Ouro Preto, foi preso na tarde desta terça-feira (14) pela Polícia Federal (PF), em Ouro Preto. Ele era considerado foragido na nova fase da operação deflagrada contra os atos golpistas.
Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão, todos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF.) Os alvos estão em Minas Gerais, Goiás, Paraná, Sergipe e São Paulo.
No dia do ataque dos bolsonaristas às instituições, o professor Clésio gravou um vídeo que foi compartilhado por ele próprio nas redes sociais, trazendo detalhes de como foi montado o acampamento de concentração na capital federal.
“O movimento está bom, mas não é o suficiente. A ideia é ter pessoas suficientes e irmos para a praça dos Três Poderes e fechar e cercar os prédios dos Três Poderes”, disse na gravação.
Antônio Clésio Ferreira, negou que tenha participado da invasão à Praça dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro. Uma nota enviada à imprensa, pelo escritório de advocacia Landulpho, Gallindo & Oliveira, informa que, embora Clésio estivesse em Brasília na data do ocorrido, ele não participou do ato antidemocrático que culminou na depredação de prédios públicos.
A nota diz que Clésio tem sido atacado injustamente nas ruas de Ouro Preto, em grupos de WhatsApp, em sindicatos e associações, bem como pela imprensa digital.
“O Sr. Antônio Clésio Ferreira manifesta o seu repúdio pelos atos terroristas antidemocráticos de depredação da sede dos três poderes, em Brasília/DF, e pugna para que os fatos sejam apurados e os responsáveis punidos na forma da lei”, diz a nota.
A nota finaliza dizendo que o corpo jurídico do ex-professor da UFOP está tomando medidas necessárias para a reparação dos danos praticados por aqueles que tentam lhe impugnar o cometimento de crimes sem provas.
Os mandados desta terça tiveram como alvo os vândalos que invadiram os prédios públicos. Fases anteriores da operação também miraram supostos financiadores e policiais militares suspeitos de colaborar com a ação golpista, por exemplo.
A operação Lesa Pátria é tratada pela PF como permanente e os suspeitos de participação e financiamento são investigados por seis crimes:
- abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- golpe de Estado;
- dano qualificado;
- associação criminosa;
- incitação ao crime;
- destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
A qualificação dos crimes, porém, só deve ser feita ao fim das investigações, quando houver denúncia formal à Justiça pelo Ministério Público.