Após quatro barragens da Vale atingirem nível de alerta máximo, moradores de Raposos, Nova Lima e Itabirito participam de simulados para saber o que fazer em caso de rompimento. Os treinamentos ocorrem neste domingo (31), às 15h. As ações devem envolver cerca de 11 mil pessoas, segundo a Defesa Civil de Minas Gerais.
A população atendida nesses simulados serão moradores de localidades que se situam na mancha da inundação das barragens B3/B4, Forquilha I e Forquilha III, que tiveram seus níveis de segurança elevados de 2 para 3, fazendo sirenes soarem na noite de quarta-feira (27).
A barragem B3/B4 integra a Mina Mar Azul da mineradora Vale, em Macacos.
Próximo do período do carnaval, o nível de segurança da estrutura foi elevado de 1 para 2, fazendo com que as sirenes fossem acionadas pela primeira vez e quase 300 pessoas foram retiradas de suas casas localizadas na zona de autossalvamento.
A nova mudança, agora para o nível 3, agrava ainda mais a situação da economia local e torna sem previsão o retorno das famílias às suas moradias. O prejuízo para o turismo e atividades econômicas na região é incalculável e ninguém tem certeza do ressarcimentos pela irresponsabilidade da Vale.
Ouro Preto
Já nas barragens Forquilha I e Forquilha III da Mina Fábrica, no município de Ouro Preto, os riscos de rompimento também já haviam levado ao acionamento das sirenes no dia 20 de fevereiro, quando o nível 2 foi atingido forçando a retirada de cerca de 70 moradores de suas residências. Com a elevação para o nível 3, novamente soou o sinal sonoro, mas não houve necessidade de evacuar outras casas. O novo fato provocou a transferência dos detentos do presídio de Itabirito para outras cidades.
Barão de Cocais
Na segunda feira (25/03) moradores de Barão de Cocais, ameaçados pelo rompimento da Barragem Sul da Mina de Gongo Soco, também da Vale, fizeram simulado de evacuação, um procedimento obrigatório às mineradoras, mas nunca realizado na região.
Para o exercício, coordenado pela Defesa Civil Estadual, foi decretado feriado municipal e nada funcionou., o que causou estranheza na população.
Diversos moradores questionaram o fato, alegando que se escolas, órgãos públicos, comércio e outros serviços, e até mesmo as operações de carga e descarga na unidade da siderúrgica Gerdau(que sobrecarrega e dificulta o trânsito na principal via de escape) estavam paralisadas, as ruas ficaram desertas, em plena segunda-feira, o que contraria a eficiência da simulação e a realidade, caso a barragem se rompesse em dia de atividades normais.
Santa Bárbara
Na tarde de ontem (29), moradores de Santa Bárbara participaram de um Simulado de Evacuação de Emergência. A simulação começou, pontualmente, às 15h e envolveu moradores da sede e dos distritos de Barra Feliz e Brumal, locais próximos aos rios Conceição e Santa Bárbara.
No horário combinado, um carro com megafones percorreu ruas das possíveis áreas atingidas, anunciando o simulado de rompimento de barragem e pedindo para as pessoas se deslocarem para o ponto de encontro mais próximo.
Às 15h53 o simulado foi encerrado, e teve uma avaliação positiva por parte do coordenador adjunto da Defesa Civil Estadual, o tenente-coronel Flávio Godinho, pois a duração foi abaixo das 2h36, tempo que a mancha de inundação levaria para chegar ao território do Município. Na sede, o tempo de chegada é de 3h30.
A barragem está a cerca de 30 km do ponto de maior aglomeração de atingidos, na sede de Santa Bárbara e o contingente de pessoas afetadas no Município, isto é, próximas ao leito do rio é de, aproximadamente, 6% da população total.
Da redação e com informações da ABr
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