Sabor e memória: Festival da Quitanda de Congonhas celebra 20 anos

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Congonhas relembrou neste domingo, 17, com muito carinho, o Festival da Quitanda, que chegaria à sua 20ª edição este ano. Ao longo desses anos, as delícias preparadas por quitandeiras congonhenses e de cidades vizinhas aguçaram o paladar de milhares de pessoas e reviveram as histórias de nossa gente.

Essa grande festa da gastronomia mineira, que acontece sempre no terceiro domingo de maio, foi cancelada devido à pandemia do coronavírus. Ainda não há previsão de nova data para a realização do evento, segundo a Secretaria Municipal de Cultura.

Para a quitandeira Rosângela Rodrigues de Freitas, mais do que levar as delícias à mesa dos visitantes, o Festival da Quitanda traz à tona as memórias de infância, quando as quitandas eram preparadas em casa, atravessando gerações, porque não havia padarias por perto.

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“O Festival já virou uma tradição em nossa cidade. Então, todo mundo espera e fica ansioso pelo terceiro fim de semana de maio. É uma festa maravilhosa, que já é conhecida em nossa região e até fora de Minas Gerais. Para nossa cidade é maravilhoso. Recebemos várias pessoas que valorizam o nosso trabalho. Não podemos deixar acabar porque são histórias que vão ficar sempre em nossa memória”, diz Rosângela, que participa do evento há 13 anos.

O Festival da Quitanda foi criado justamente para resgatar a quitanda mineira. E Congonhas, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, foi além: solicitou, junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), que o ofício das quitandeiras seja considerado patrimônio imaterial. O documento está sendo analisado.

“O Festival da Quitanda é de uma importância muito grande não só para as quitandeiras locais como também para as quitandeiras da região. Além de Congonhas, outras 19 cidades participam. É muito importante para todas que trabalham em prol do resgate da quitanda”, reforça a secretária de Cultura, Miriam Lúcia Palhares.

A comemoração desses 20 anos vai ficar para depois, mas as histórias e os sabores serão sempre celebrados. “Vamos lembrar dessa semana e das quitandeiras que trabalham muito para que esse Festival continue cada vez melhor com muito carinho. É uma semana de saudade e lembranças boas”, completa Miriam.

Sabor e cultura

Tendo a Romaria como cenário principal, o Festival da Quitanda movimenta cerca de 30 mil pessoas todos os anos. Em 2019, o evento foi realizado, excepcionalmente, na Ladeira Bom Jesus, devido às obras de requalificação do Centro Cultural.

Os carros-chefes do evento, o cubu e o chá de Congonha, são oferecidos aos visitantes. Quitandeiras locais e de cidades da região, como Conselheiro Lafaiete, Ouro Branco, São Brás do Suaçuí e Lagoa Dourada, comercializam quitandas tradicionais e artesanais. Há também o concurso de quitandas, com premiação nas categorias Prata da Casa, Quitanda Regional, Comércio Especializado e Melhor Stand.

A festa é sempre animada por apresentações culturais, com participação de grupos de Congado congonhenses, e shows com músicas de raiz. Pelo palco do Festival, já passaram inúmeros artistas, entre eles o violeiro Chico Lobo, grupo Força Vocalis e Cleiber Tarcísio.

Caldos e Violas

A Noite de Caldos e Violas passou a ser realizada no dia que antecede o Festival da Quitanda. As quitandeiras locais participam comercializando caldos e comidas típicas para aquecer ao público.

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