Samarco não faz acordo com credores e ajuíza Recuperação Judicial

Empresa alegou que não conseguiu acordo com credores e que ação foi para preservar atividades produtivas e empregos. Foto: Mundo dos Inconfidentes Samarco
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A Samarco ajuizou pedido de Recuperação Judicial (RJ) à Justiça de Minas Gerais para renegociar sua dívida, que é em sua maior parte financeira e está em poder de detentores estrangeiros de títulos de dívida (“bondholders”). O objetivo do pedido de RJ é permitir que a empresa mantenha as suas atividades de produção e preserve sua função social de geração de emprego, renda e tributos.

As operações da Samarco proporcionam empregos, movimentam a economia local e trazem benefícios para a comunidade, além de dar continuidade às ações de reparação e compensação de danos. A Samarco informou que a Recuperação Judicial não terá impacto nas atividades operacionais e nem nas ações de reparação e compensação conduzidas pela Fundação Renova.

Segundo comunicado da empresa, a Samarco buscou firmar um acordo extrajudicial com os seus credores para renegociar a dívida. No entanto, diante de demandas inviáveis impostas por eles, não foi possível chegar a um bom termo das negociações. Após recentes medidas judiciais de alguns credores, a empresa optou pela via protetiva da recuperação judicial.

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Origem da dívida financeira

Grande parte da dívida financeira da Samarco com os credores foi contraída anteriormente ao rompimento da barragem do Fundão, que ocorreu em novembro de 2015. Até agosto de 2016, a Samarco buscou honrar seus compromissos e realizou pagamentos regulares aos credores.

Após esse período, a Samarco buscou uma negociação amigável para a reestruturação de sua dívida com os credores. Em 27 de novembro de 2018, a Samarco se reuniu com credores, visando a uma reestruturação consensual – o que foi seguido por trocas de propostas e contrapropostas.

Operários trabalham na Usina de Concentração da Samarco, em Mariana. Empresa não chegou a acordo com credores e pediu recuperação judicial. Ela alega que precisa preservar atividades de produção e empregos.

No ano passado, a Samarco fez esforços para retomar as negociações extrajudiciais com estes credores com a condução da due diligence técnica, além de diversas interações com os assessores financeiros e legais dos credores.

Porém, infelizmente, durante a discussão dos termos sob os quais as negociações de reestruturação poderiam ser retomadas, um grupo que representa parte dos detentores dos títulos (“bondholders”) requereu termos fora de mercado para iniciar as conversas e o engajamento não se tornou possível. Assim, alguns credores iniciaram a sequência de ações judiciais que levaram a Samarco a ajuizar uma RJ a fim de preservar a recente retomada operacional e o cumprimento das obrigações socioambientais.

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