
Um projeto de pura tecnologia aplicada ao agro-apicultores mineiros chega a Santa Bárbara e também a São Domingos do Prata. Os municípios estão na rota das cidades mineiras que receberão, gratuitamente, cinco mil abelhas-rainha com genética superior para aprimorar a produção de mel e derivados. O foco é aumentar a qualidade do produto e a sustentabilidade do negócio.
Essa é a base do Projeto de Melhoramento Genético na Apicultura, iniciativa inédita no Brasil. Oferecido pelo Sistema FAEMG através do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), ele beneficiará produtores do ]Estado, onde a apicultura vem avançando como forte destaque econômico. A perspectiva é que, até o início de 2023, essas regiões já tenham um banco de genética adequado para a produção local.
Um veículo adaptado está funcionando como um laboratório itinerante para a ação. A jornada, que começou dia 18 de março, em Varginha, chegará a São Domingos do Prata no dia 9 de maio e a Santa Bárbara no dia 10. O veículo está equipado com bancada de trabalho, iluminação apropriada, ar-condicionado e umidificador de ar, gerador, estufa e barreira sanitária com pia e lavabotas.
A unidade móvel representa a solução para algumas das dificuldades mais comuns da produção de rainhas em escala comercial. A maior delas é a transferência das larvas das colônias selecionadas para as cúpulas de plástico ou de cera de abelha.

Geralmente, produtores de geleia real e de rainhas possuem minilaboratórios perto de seus apiários para realizar esse manejo.
Como nasce uma rainha superior
O zootecnista e consultor máster das cadeias de Apicultura e Agroindústria do Programa ATeG, Arnaldo Maurício Correa Neto, será o responsável por acompanhar o desenvolvimento da iniciativa. Ele explica que a rainha comum não passou por nenhum monitoramento sobre índices produtivos – já a geneticamente melhorada, passou por análise e apresenta os melhores números, principalmente quanto à produtividade da colônia e higiene. “Essas rainhas fornecem as larvas que irão produzir as novas rainhas, para serem distribuídas aos produtores. Esse animal selecionado oferece uma produtividade de mel e própolis maior que a média dos enxames brasileiros atuais”.
O melhoramento começa pela seleção das colônias com maiores índices produtivos nas regiões que serão atendidas. Em uma segunda fase, será feito um programa estadual de melhoramento genético com análise estatística e inseminação artificial de abelhas utilizando as colônias com melhores resultados no primeiro ano do programa para serem fornecedoras de rainhas e zangões para a formação da primeira geração, complementou o especialista.
A coordenadora do Programa ATeG Apicultura do Sistema FAEMG, Paula Lobato, diz que a unidade móvel atenderá apiários de recria que foram previamente selecionados e preparados para receber as larvas e produzir as rainhas pelo método de transferência de larvas. “Após nove dias do processo de transferência de larvas, a unidade móvel irá voltar aos apiários para coletar as realeiras produzidas, que serão distribuídas aos produtores atendidos pelo programa ATeG. Antes de receber essas rainhas, todos eles serão treinados pelos técnicos de campo para orfanar as colônias e a introduzir corretamente as realeiras com o protetor West”, concluiu.

Os participantes recebem assistência técnica e gerencial gratuita, com a visita mensal de um técnico de campo que faz um diagnóstico da propriedade para então repassar orientações para o produtor, que participa ativamente de todo o trabalho. Ao longo do programa, também são indicados cursos de capacitação e melhorias em sustentabilidade ambiental e qualidade de vida para a família.
A unidade móvel estará em São Domingos do Prata na próxima segunda-feira (9), a partir de 8h, no Parque de Exposições Paulo Rolla Perdigão
Daquela cidade, ela se desloca para Santa Bárbara, onde, na terça-feira (10), estará das 8h às 12h, na Associação Comercial de Santa Bárbara (ACISB), no centro da cidade.
Foto: Div. FAEMG