Sem trégua: Mercado financeiro eleva projeção da inflação para 7,27% este ano

Aumento na taxa de juros pelo Banco Central não faz cócegas na inflação. Condução da economia é uma tragédia que afeta os brasileiros.

Em julho, a inflação subiu 0,96%, a maior alta para o mês nos últimos 20 anos.
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A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) deste ano subiu de 7,11% para 7,27%. É a 21ª elevação consecutiva na projeção.
A estimativa está no boletim Focus de hoje (30), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), com a projeção para os principais indicadores econômicos.
A previsão para 2021 supera a meta de inflação que é perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Em julho, a inflação subiu 0,96%, o maior resultado para o mês desde 2002, quando a alta foi de 1,19%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 4,76%, no ano, e 8,99%, nos últimos 12 meses.

Dragão da inflação é muito mais violento quando as vítimas são os mais pobres. Imagem: Blog Economistas na Net.

Os dados de agosto devem ser divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na próxima semana, mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, registrou inflação de 0,89% neste mês, a maior variação do IPCA-15 para um mês de agosto desde 2002 (1%).

Taxa de juros
O Banco Central usa como principal instrumento para alcançar a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 5,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 7,5% ao ano, mantendo o mesmo patamar para o fim de 2022. Para os próximos 2 anos, a previsão é 6,5% ao ano.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é frear o consumo. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucros gigantes e despesas administrativas.

PIB e dólar alto
As instituições financeiras consultadas pelo BC reduziram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 5,27% para 5,22%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de um pibinho de 2%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em pequeno 2,5%.

A expectativa para a cotação do dólar subiu de R$ 5,10 para R$ 5,15 para o final deste ano. Para o fim de 2022, a previsão é que a moeda americana fique em R$ 5,20

  • Da Redação com informações da Abr.
  • Foto capa: Marcello Casal Jr/Abr
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