Início Brasil Senadores contestam arquivamento de investigações indicadas pela CPI da Pandemia

Senadores contestam arquivamento de investigações indicadas pela CPI da Pandemia

Eles apresentaram uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que solicitam que os ministros desconsiderem o pedido feito nesta segunda-feira (25) pela PGR.

Senador Randolfe Rodrigues é um dos signatários da petição ao Supremo Tribunal Federal.

Senadores que integraram a CPI da Pandemia contestaram nesta terça-feira (26) o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) de arquivamento de investigações contra o presidente Jair Bolsonaro indicadas pelo colegiado. Eles apresentaram uma petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que solicitam que os ministros desconsiderem o pedido feito nesta segunda-feira (25) pela PGR e promovam ação contra o presidente para apurar denúncias feitas pela CPI no relatório final, como as de emprego irregular de verbas para comprar remédios ineficazes no combate ao coronavírus e charlatanismo. 

Líder da Oposição e vice-presidente da comissão parlamentar de inquérito que funcionou em 2021, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) informou que a petição já foi entregue ao STF. Além dele, assinam o pedido Omar Aziz (PSD-AM), que presidiu o colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL), que foi relator da CPI, e os senadores Humberto Costa (PT-PE), Fabiano Contarato (PT-ES), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Otto Alencar (PSD-BA).

“Acabamos de peticionar ao Supremo Tribunal Federal, contestando o arquivamento das investigações contra Bolsonaro, baseadas no relatório da CPI da Covid. Estamos solicitando: conhecer os fatos apontados e promover a ação penal, em desfavor do PGR, bem como que se instaure o devido processo administrativo, para apuração dos ilícitos por ele cometidos”, disse Randolfe.

Desde segunda-feira (25) senadores que integraram a CPI da Pandemia têm usado as redes sociais para se manifestar sobre o pedido da PGR de arquivamento de investigações abertas a partir da apuração feita pelo colegiado. O documento é assinado pela vice-procuradora-geral Lindôra Araújo. Relator da CPI, Renan Calheiros (que está licenciado) classificou a posição da PGR como “blindagem às vésperas da eleição”.

“Depois de ilusionismos jurídicos por quase um ano, a PGR sugere engavetar as graves acusações contra Bolsonaro durante a pandemia. A blindagem, às vésperas da eleição, não surpreende ninguém”, apontou o parlamentar por meio de sua conta em uma rede social.

Em resposta a Renan, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou o relatório final da CPI:

“Seu trabalho foi um lixo, o mesmo destino do seu relatório, usado com fins eleitorais contra Bolsonaro. Não levou 1 vacina pra Alagoas”, afirmou o parlamentar fluminense.

“Desrespeito às vítimas”
Na mesma linha do relator, o presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz, afirmou que o pedido de arquivamento é um “desrespeito” à memória das vítimas. 

“Sempre disse que a CPI não buscava vingança. Sei que o trabalho da comissão produziu resultados importantes. Garantimos vacinas nos braços dos brasileiros, lutamos pela vida e investigamos com muita seriedade absurdos cometidos pelo chefe do Executivo, ministros e assessores, num trabalho que se desenvolveu sob o olhar atento de milhões de cidadãos. A PGR precisa prestar satisfações à população. Esta decisão é uma vergonha para a instituição”, afirmou.

No relatório final, a CPI acusou Bolsonaro de ter cometido nove crimes: prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade; e crimes contra a humanidade.

A PGR concluiu que não há elementos para sustentar a abertura de inquérito e pediu ao STF o arquivamento de sete das dez apurações preliminares sobre Bolsonaro, ministros e ex-ministros do governo abertas a partir das conclusões da CPI da Pandemia. 

Lindôra Araújo também pediu o arquivamento de apurações que envolviam os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União); o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR); os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Braga Netto (Casa Civil); Élcio Franco e Hélio Angotti Netto (ex-secretários do Ministério da Saúde); Heitor Abreu (ex-assessor da Casa Civil); e o deputado Osmar Terra (MDB-RS).

Fonte: Agência Senado

Foto: Pedro França

Sair da versão mobile