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Tudo é Jazz chega a Catas Altas com programação cultural gratuita

Shows, roda de conversa e oficinas marcam a programação do festival que, pela primeira vez, terá a cidade como palco.

Atividades do Tudo é Jazz acontecerão no dia 13 de agosto (sábado) debaixo do flamboyant da praça da Matriz.

Em 2022, quando completa duas décadas, o Festival Internacional de Jazz de Ouro Preto – Tudo é Jazz extrapola suas atividades e chega até Catas Altas. O festival vai agitar a cidade no dia 13 de agosto (sábado) com show, roda de conversa, oficinas e shows musicais.
A programação gratuita, que acontecerá debaixo do Flamboyant na Praça da Matriz, começará às 15 horas, com uma roda de conversa conduzida pelo mestre ferreiro, músico, professor e mestre em Educação, Diego Fernandes, que abordará “A Musicalidade Afro e seu legado ancestral”.
“A música é a arte que movimenta a cultura, o corpo e a imaginação. O Tambor, sua história, filosofia e estética, engrandeceram a arte no mundo. Por sua vez, os ritmos africanos, atravessaram oceanos, chegaram na América, e inspiraram movimentos sociais, artes plásticas, teatro, carnavais e até livros didáticos”, explica Diego Fernandes.
Segundo ele, a roda de conversa tem como principal objetivo discutir um pouco da história da música vinda da Diáspora Áfricana, sua influência nos gêneros musicais, conteúdo e debate. Na ocasião, Fernandez vai apresentar um pouco de sua tese de Mestrado pela Universidade Federal de São Paulo, para a qual pesquisou sobre os Movimentos Musicais e Sociais negros.
A oficina de Forja de tambores a partir do ferro será às 16 horas e a oficina de percussão e tambores acontecerá às 17 horas. Ambas oferecerão a experiência dos Worksongs e dos Vissungos, através dos ritmos no Tambor e do trabalho do ferro na Forja e serão proferidas pelos mestres ferreiros Diego Fernandes e Marcos Cecéu.

Os Worksongs são músicas afro-estadunidenses que desembarcaram por lá no período da escravidão. Eram melodias cantadas em seus trabalhos, utilizadas para coordenar o tempo, para passar informações e vivências e para tornar-se um pouco mais leve sua execução. Os Worksongs formam raízes importantes e essenciais do jazz e do blues.

Os Vissungos são músicas afro-brasileiras, em língua africana que foram utilizadas principalmente nos serviços de mineração em Minas Gerais. Essa tradição se perpetua até os dias de hoje, nos festejos e nas cantorias diárias.

“A compreensão da cultura do trabalho em ferro é extremante importante para que se compreenda a formação da cultura brasileira. O africano trouxe para o Brasil toda a sabedoria técnica e filosófica desta arte milenar. As relações com o trabalho em ferro na forja transcendiam a materialidade e se expressava também no mundo cósmico e sensorial”, pontua Diego Fernandes.

Para participar das oficinas, roda de conversa e aula gratuitas é necessária a inscrição prévia, que deve ser feita pelo Whatsapp: 31- 99793-5254. Mas, caso tenha vaga no momento das atividades, basta o interessado se apresentar.
A programação do Tudo é Jazz seguirá com o show, às 19 horas, do SambaPretoChoroJazZ, que reúne alunos da Escola de Música Samba Preto Choro Jazz, de Ouro Preto, tocando instrumentos construídos pelos próprios estudantes que fazem um som extremamente original.

SambaPretoChoroJazZ surgiu em 2014, quando os músicos Diego Fernandes e Cássio Marcelo fundaram a banda “SambaPretoChoroJazZ: o Tributo a Chico Rei”. Unindo o preto, samba, choro e jazz, musicalmente, resulta-se em um acontecimento social, artístico e estético. O grupo tem a sua essência rítmica e melódica inspirada nos tambores e batuques brasileiros, que revivem, misturam e recriam, em sua linguagem, a valiosa herança artística e musical da ancestralidade afro-brasileira. Músicas instrumentais, repertório variado e arranjos arrojados surpreendem os ouvintes, homenageando a figura emblemática de Galanga, o ex-escravo que voltou a ser Rei em Vila Rica de Ouro Preto (MG) e proporcionou uma das maiores libertações de escravos no Brasil colonial. O Chico Rei do Reisado, do Congado.
Às 20 horas, o guitarrista, violonista e compositor mineiro Alexandre Araújo, considerado um precursor do ritmo blues em Belo Horizonte, encerrará a programação do festival. O músico tem uma energia vigorosa e o feeling como pede o velho e bom blues e faz a fusão com o progressivo de forma bem peculiar criando o ProgBlues. Em sua bagagem, traz um instrumento de rara beleza, o Sitar Indiano, mesclando estilos e culturas criando nuances em um bordado sonoro.


Em Catas Altas, Alexandre Araújo fará show solo com o trabalho intitulado Instrumental Oriental Blues, que reúne toda sua trajetória musical unindo blues progressivos, instrumentais inéditos de Marco Antônio Araújo e o Sitar Indiano fazendo um pot-pourri da música universal.
O Tudo é Jazz é realizado com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura e apresentado pela Gerdau e conta também com o patrocínio do Instituto Cultural Vale e Cemig, além do apoio das prefeituras onde acontece.

Foto: Mundo dos Inconfidentes

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