Início Brasil Vacina para criança: Queiroga deve ser interditado, defende Miguel Nicodelis

Vacina para criança: Queiroga deve ser interditado, defende Miguel Nicodelis

“Onde estão as instituições brasileiras? Como é possível que nenhuma se manifeste?, indaga o cientista.

Declaração de Queiroga é uma das mais absurdas da história da medicina brasileira, avalia Miguel Nicolelis. Brasil soma mais de 300 mortes de crianças vítimas da Covid-19. Fotos Públicas

Um dos cientistas brasileiros mais reconhecidos internacionalmente, o médico Miguel Nicolelis defendeu a interdição ou a demissão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, por ter minimizado o número de mortes de crianças por covid-19 no país. Em suas redes sociais, ele cobrou uma reação de instituições brasileiras ao que classificou como uma das declarações mais absurdas da história da medicina no Brasil.

“Onde estão as instituições brasileiras? Como é possível que nenhuma se manifeste? Ministro da Saúde tem que ser interditado/demitido depois de uma das declarações mais absurdas na história da medicina brasileira! + de 300 crianças mortas! Quantas crianças mais vão ter que morrer?”, questionou, de maneira indignada.

Neurocientista e professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, Nicolelis é uma das vozes mais críticas à forma com que o governo Bolsonaro enfrenta a pandemia. Desde o início da crise sanitária no país, a covid-19 matou uma criança de 5 a 11 anos de idade a cada dois dias no Brasil. Foram registrados 6.163 casos da doença e 301 mortes nessa faixa etária, em decorrência do vírus, até o último dia 6.
O ministro da Saúde tem tentado protelar a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos, conforme autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Os óbitos de crianças estão dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais”, disse Queiroga nessa quinta-feira (23). O ministro também defende que a vacina só seja aplicada mediante apresentação de prescrição médica, outra posição polêmica, pois dificulta o acesso de famílias mais pobres à imunização.

Jair Bolsonaro preferiu pedir nomes de funcionários da Anvisa favoráveis ao início imediato da vacinação de crianças na faixa etária de 5 a 12 anos. Eles receberam centenas de ameaças e milhares de manifestações de apoio.

A semana passada foi marcada por declarações contrárias do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a pedir que os nomes dos funcionários da agência que autorizaram a vacinação em crianças fossem expostos. Dias depois, a Anvisa pediu investigação da Polícia Federal sobre ameaças de morte que servidores começaram a sofrer justamente pela posição favorável à vacina. Além da agência brasileira, organismos internacionais da área da saúde atestam a eficácia e a segurança da vacina para crianças. Nesta sexta, o Ministério da Saúde abriu uma consulta pública sobre o assunto.

  • Por Edson Sardinha/Congresso em Foco

Posição:

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo de Oliveira Lula, publicou nesta sexta-feira (24) uma carta às crianças na qual diz que os estados não exigirão pedido médico para a vacinação do grupo. A divulgação rebate a decisão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que afirmou ser necessário a prescrição médica para a imunização de crianças de 5 a 11 anos.
A carta também argumenta que esse tipo de prescrição não foi exigido no tratamento de outras doenças como sarampo e poliomielite. Assim, também não há motivo para ser obrigatório no combate à covid.

“QUANDO INICIARMOS A VACINAÇÃO DE NOSSAS CRIANÇAS, AVISEM AOS PAPAIS E ÀS MAMÃES: NÃO SERÁ NECESSÁRIO NENHUM DOCUMENTO DE MÉDICO RECOMENDANDO QUE TOMEM A VACINA”, ESCREVE O CONSELHO ÀS CRIANÇAS.

  • Matéria atualizada com as informações do presidente do Conass, às 13h19.

Sair da versão mobile