Vale elimina barragem que tirou quase 300 pessoas do distrito de Macacos, em Nova Lima

Descaracterização se tornou exigência após tragédia de Brumadinho

Ameaça de rompimento alarmou Nova Lima e afugentou turistas do famoso destino turístico. Na imagem, áreas da B3 e B4, emm Nova Lima.
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A Vale concluiu a descaracterização da barragem B3/B4, localizada no distrito de São Sebastião de Águas Claras, em Nova Lima popularmente conhecido como Macacos.
No ano de 2019, a estrutura havia sido elevada ao mais alto nível de emergência e o risco de rompimento fez com que quase 300 moradores do distrito deixassem suas residências.
Dessa forma, a estrutura já não é mais considerada uma barragem. No informe divulgado na segunda-feira (14), a mineradora garantiu que ela “está permanentemente livre de qualquer risco às comunidades e ao meio ambiente”.

Restam ainda algumas intervenções no terreno, para implantação de um sistema de drenagem e revegetação.
Outra ação é a remoção do muro construído de forma preventiva, para bloquear a passagem dos rejeitos em uma eventual ruptura da estrutura.

A eliminação de todas as barragens construídas pelo método de alteamento a montante se tornou uma exigência legal após a tragédia de Brumadinho em janeiro de 2019.
Na ocasião, uma estrutura da Vale se rompeu causando 270 mortes e provocando devastação ambiental.
Antes, em 2015, ocorreu o desmorronamento da barragem de Fundão, em Mariana.
A Lei Estadual 23.291/2019, conhecida como Lei Mar de Lama Nunca Mais, deu três anos para que todas essas estruturas fossem eliminadas. As mineradoras não cumpriram o prazo. Diante da situação, acordos com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) estabeleceram valores indenizatória. A Vale, com 30 barragens para serem eliminadas, arcou com R$ 236 milhões.

De acordo com a empresa, 14 barragens já foram descaracterizadas. A mineradora afirma que pretende concluir 70% do seu programa de descaracterização de barragens até o fim de 2026.
O cronograma original, divulgado em 2022, estimava que os trabalhos seriam 100% finalizados apenas em 2035.

Foto: divulgação

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