“Vertigem diabética”: CGU diz que portal Transparência caiu por excesso de acessos com dados de gastos com leite condensado

Após a enorme repercussão negativa com os excessos nos gastos do governo Bolsonaro com alimentação, site que publica gastos do executivo ficou fora do ar
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A Controladoria-Geral da União (CGU), emitiu um comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira (27), revelou que o Portal da Transparência ficou fora do ar por conta do “excesso de acessos”.

O site Portal da Transparência, que divulga os gastos do governo federal, caiu no fim do dia de ontem (26).
Um número anormal e estrondoso de acesso ao Portal da Transparência ocasionou a queda que ocorreu após a divulgação e repercussão negativa dos gastos do executivo, que incluem R$ 15 milhões com leite condensado, R$ 2,2 milhões em chiclete e R$ 32,7 milhões com pizza e refrigerante.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

“Instabilidade de acesso ao Portal da Transparência do Governo Federal
A Controladoria-Geral da União (CGU) esclarece que o Portal da Transparência do Governo Federal (www.transparencia.gov.br) recebeu um volume de acessos muito grande, e fora do habitual, na tarde desta terça-feira, dia 26/1, o que gerou uma lentidão expressiva nas consultas feitas pelos usuários. No início da noite, os acessos continuaram bastante elevados, o que aparentemente acabou por acarretar a instabilidade e a consequente indisponibilidade de acesso ao Portal.

A área de Tecnologia da Informação da CGU identificou o comportamento instável e a sobrecarga pela qual o Portal está passando e está apurando detalhes da ocorrência para identificar as causas exatas, enquanto concentra esforços, de forma prioritária, em busca de soluções para restabelecer o serviço com a maior brevidade possível.

A CGU reforça o compromisso com a transparência, ao passo em que conta com a compreensão de todos os usuários.”

Os Gastos e explicações
O gasto com leite condensado está entre os principais do Executivo federal, sob o comando do presidente Jair Bolsonaro , em 2020. De acordo com um levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base no Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia, o gasto com o produto, que o presidente gosta de comer com pão, ultrapassou os R$ 15 milhões.

Em todo o ano, os órgãos do Executivo gastaram mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos, um aumento de 20% em relação a 2019. Os itens do “carrinho” do Executivo chamam a atenção.

Só de chiclete , mais de R$ 2,2 milhões foram gastos. Já as compras com molhos (somando shoyo, inglês e de pimenta) representam mais de R$ 14 milhões do total. Pizza e refrigerante , juntos, totalizam R$ 32,7 milhões.

Além das junk foods , o Executivo também gastou com alimentos mais refinados. Só em frutos do mar foram mais de R$ 6 milhões, além dos R$ 7 milhões em bacon defumado e os mais de R$ 123 milhões em sobremesas diversas.

Quem gastou mais?

De acordo com o levantamento, o órgão que mais gastou foi o Ministério da Defesa , que totalizou mais de R$ 632 milhões em gastos alimentares. Só de vinho, a pasta ultrapassou os R$ 2,5 milhões.

O segundo maior pagante do Executivo foi o Ministério da Educação , com R$ 60 milhões. Em terceiro lugar, ficou o Ministério da Justiça , com despesas que superam os R$ 2 milhões.

Ao Metrópoles, o Ministério da Economia justificou que a maior parte do gasto com alimentação é do Ministério da Defesa “porque se refere à alimentação das tropas das forças armadas em serviço”. A pasta ainda acrescentou que “toda despesa efetuada pela Administração Pública Federal está dentro do orçamento”.
Fonte: Parlamento PB

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