Quatro viveiros instalados pela Fundação Renova em propriedades rurais da região de Mariana (MG) e Barra Longa (MG) estão produzindo mudas para serem utilizadas na restauração florestal de áreas atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão e complementarem a renda das famílias da zona rural. Somados, os viveiros familiares têm a capacidade de gerar até 48 mil mudas por ano.
As áreas de cultivo foram projetadas para atender a realidade das famílias que já se dedicam a outras atividades comerciais, como pecuária leiteira e produção de produtos agrícolas. As famílias escolheram desde a localização onde foram instalados os viveiros até a maneira como seriam construídos.
Os projetos têm irrigação automatizada e as mudas são cultivadas em embalagens plásticas reutilizáveis (tubetes). Também é feito o uso de tecnologia desenvolvida por meio de uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), que inocula microorganismos benéficos, como fungos e bactérias, ao substrato para melhorar o crescimento e o desenvolvimento das mudas.
A Renova forneceu a estruturação dos viveiros e cerca de 5 mil mudas para cada família começar a produção em suas propriedades. Elas também recebem assistência técnica para o cultivo e capacitação para comercializarem as mudas, uma maneira de complementar a renda familiar.
Filho do casal de viveiristas João Bosco de Oliveira e Maria Tavares de Oliveira, Juliano José de Oliveira ajuda no viveiro da família com a capina nas mudas, o acompanhamento da irrigação e a aplicação dos adubos.
“Eu e meus pais cuidamos do viveiro com ajuda da Fundação Renova que fornece o material, o apoio técnico e dá o passo a passo de como fazer melhor a manutenção. Durante esse período [de pandemia], a assistência está sendo feita pelo telefone. Sempre que precisa, a gente manda fotos e o técnico nos auxilia”.
Juliano José de Oliveira – Técnico em eletroeletrônica e viveirista
A ação faz parte do projeto Ater Viveiros Familiares, uma das ações reparatórias de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) da Fundação Renova.
O objetivo do projeto é transferir tecnologia inovadora e fomentar a economia local por meio da produção de mudas de espécies arbóreas nativas da bacia do Rio Doce.
As propriedades que integram o projeto também receberam ações de recuperação ambiental, dentre elas revegetação emergencial, bioengenharia e restauro florestal de Área de Preservação Permanentes.
Primeira venda de mudas
O casal de produtores rurais Ana Maria Mol Arcanjo e João Celestino Arcanjo são um dos quatro viveiristas do projeto Ater Viveiros Familiares.
Recentemente eles realizaram a primeira venda de mudas, destinadas à recuperação de uma Área de Preservação Permanente (APP) da pousada Bambuzal de Águas Claras, em Mariana.
