Olimpíadas: ginástica artística do Brasil tem bronze inédito por equipes no feminino

Terceiro lugar inédito

Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares têm o terceiro maior somatório da noite, atrás apenas de EUA e Itália.
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Rebeca Andrade, Flavia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares obtiveram nota 164.497 e conquistaram medalha de bronze.
Esta foi a primeira medalha por equipes da ginástica artística brasileira, no feminino.
Na competicção, as brasileiras ficaram atrás apenas dos Estados Unidos, com 171.296, e da Itália, com 165.494.

O bronze sela a quarta edição olímpica seguida com o país no pódio. Agora são sete medalhas.

A primeira foi o ouro de Arthur Zanetti nas argolas em Londres 2012.
Na Rio 2016 foram três: prata para Zanetti novamente nas argolas, e prata e bronze no solo masculino com Diego Hypolito e Artur Nory, respectivamente.
Em Tóquio 2020, Rebeca Andrade quebrou o tabu da ginástica feminina com ouro no salto e prata no individual geral.

Medalhas em Paris

Esta foi a quarta medalha do Time Brasil em Paris. O país já conquistou prata com William Lima, no judô, e bronzes com Larissa Pimenta, também no judô, e Rayssa Leal, no skate street.

“Fiquei muito feliz, eu não consegui conter o choro, eu chorei muito, porque a gente sabe o quanto cada uma trabalha, o quanto cada uma se dedica todos os dias nos treinos… Ver essa medalha aqui no nosso peito é gratificante”, disse Julia.

O Brasil está ainda em outras cinco finais na ginástica artística. Rebeca e Julia estão na final na trave, e Rebeca e Flavinha na do individual geral.
A campeã olímpica ainda defenderá o título no salto e disputará o solo. No masculino, Diogo Soares compete na final do individual geral.

Medalhista de prata no último mundial e quarta colocada geral na classificatória, a equipe feminina disputou a final contra Estados Unidos, Itália, China, Japão, Canadá, Grã-Bretanha e Romênia.
Começou a primeira rotação junto às chinesas nas barras assimétricas, aparelho mais desafiador para o grupo.


Acidente e susto


Logo no aquecimento, um susto. Flávia Saraiva sofreu uma queda e bateu com o rosto na barra, abrindo o supercílio.
Apesar de sair andando normalmente, deixou a arena para receber um curativo da médica do COB, Lara Ramalho.

“Graças a Deus a gente conseguiu terminar a competição inteira. Eu dei o sangue, literalmente, e o resultado veio e eu estou muito feliz de ter conquistado essa medalha por equipe. Eu falo para todo mundo que competir por equipe é a melhor competição que tem, principalmente para mim, que me sinto muito abraçada pela minha equipe. A gente se ama muito, a gente sabe o quanto uma luta pela outra e a gente trabalha muito todos os dias para ter o nosso melhor resultado”, disse Flavia.


A competição


Lorrane foi a primeira a se apresentar e quebrou o gelo, tendo apenas um leve desequilíbrio na aterrissagem.
Recebeu nota 13.000. Na sequência, muita expectativa sobre Flavinha devido ao incidente no aquecimento.
Porém, ela não decepcionou. Foi precisa nos movimentos e levou 13.666 dos jurados.
No único aparelho em que não foi finalista, Rebeca Andrade não cometeu falhas e recebeu 14.533. Com 41.199, a equipe terminou a rotação em quinto na classificação, atrás de EUA, China, Itália e Canadá.

Na sequência, a trave. Primeira a competir, Julia Soares infelizmente sofreu uma queda e foi penalizada, ficando com 12.400.
Flavinha foi a segunda a executar a série e teve um desequilíbrio leve, sem maior comprometimento, e recebeu 13.433.
O Brasil ainda protocolou um protesto pela nota de dificuldade, mas não foi atendido. Rebeca novamente fechou a sequência. Teve um desequilíbrio no meio da série, mas se recuperou e cravou a saída.

Os 14.133 que recebeu levaram o Brasil a 81.165 no somatório, a sexta soma no geral.


Solo e salto viram o jogo rumo à medalha inédita

No solo o jogo começou a virar. Com um misto de Raça Negra e Edith Piaf, Julia Soares esbanjou carisma e levou 13.233.
Flavinha, ao som de um clássico Cancã, levantou o público e somou mais 13.533. Rebeca Andrade novamente encerrou a passagem do Brasil. Apesar de alguns desequilíbrios nas aterrissagens, Rebeca recebeu 14.200 e recolocou a equipe no páreo com 122.132, apenas 0.001 atrás da China.

No salto, , a obrigação para ir ao pódio era tirar pouco mais de dois pontos de diferença de Grã-Bretanha e Canadá.
Jade abriu a série, mas pisou fora da rota de aterrissagem e foi penalizada: 13.366. Flavinha também teve um leve desequilíbrio e um passo na chegada e recebeu13.900. Rebeca executou um Cheng e fechou a apresentação do Brasil com 15.100 e 164.497.
Assim, era preciso esperar os adversários.

A tensão era gigante diante da expectativa. O Canadá ficou pelo caminho, mas a Grã-Bretanha ainda tinha duas apresentações na trave. Nem o maior esforço das britânicas foi suficiente para apagar o brilho da equipe brasileira.

Foto: Míriam Leske/COB

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