Itabira fará transposição do Rio Tanque 25 anos após assinatura de LOC

Termo não cumprido pela Vale

Cidade viveu caos com crises hídricas no período por descumprimento de acordo pela mineradora Vale e criminosa omissão de governantes durante várias gestões.
Publicidade

Depois de 25 anos, finalmente a transposição do rio Tanque para abastecer a cidade de água pode sair do papel.
Nesta quarta-feira (16), foi publicada a Declaração de Utilidade Pública (DUP) para a transposição do rio.

Este é um passo fundamental para o licenciamento ambiental das obras.
No caso da transposição do Rio Tanque, o Governo de Minas reconhece a “alta relevância e o interesse nacional do empreendimento”, concordando que a obra é primordial para a disponibilidade hídrica de Itabira.
A declaração foi emitida em nome da Vale, responsável pelo licenciamento e, posteriormente, pelas obras de captação e da nova estação de tratamento.

“O próximo passo será o último, que é o licenciamento. Com a DUP, essa última etapa ganha em celeridade, porque os órgãos licenciadores passam a examinar uma ação que tem sua importância social certificada pelo governador. É um documento importantíssimo. Então, a gente espera que nos próximos dias o licenciamento esteja totalmente concluído e que a Vale possa dar início a esta obra tão aguardada pelo município”, destacou o secretário de Meio Ambiente, Denes Lott.

Obra vital desde 1998


A transposição do rio Tanque foi acordada em um termo de compromisso firmado pelo Ministério Público de Minas Gerais, Vale, Saae e Prefeitura de Itabira.
A nova captação resultará no acréscimo de 600 litros por segundo (l/s) para o sistema de abastecimento do município. Todo o investimento será feito pela mineradora.

O ponto de captação no rio Tanque será a cerca de 25 km do Alto dos Pinheiros, no bairro Campestre, onde a nova estação de tratamento de água será construída.
Todo o trajeto da tubulação já está definido, bem como outras ações importantes, como os projetos básico e executivo e a regularização das desapropriações necessárias.


Cidade punida por décadas


Jogado pela Vale na lata de lixo, o termo assumido pela empresa no final do século passado menosprezou a vontade e a necessidade dos itabiranos, penalizando-os com a escassez de água por longos períodos e comprometendo planos de desenvolvimento para o município.

“A captação no rio Tanque tem dupla importância para Itabira. Primeiro, logicamente, é a social. Estamos falando de água nas torneiras do itabirano, para acabar, definitivamente, com este drama de décadas que é a falta de água na cidade. Depois, a importância econômica. Com a disponibilidade de água a gente pode falar verdadeiramente sobre diversificação, atração de empresas e novos espaços para indústrias. Por isso estamos lutando tanto para superar essas etapas burocráticas. Vencida a liberação da DUP, a gente segue vigilante para que a licença seja liberada no tempo mais curto possível e as obras se iniciem logo em seguida”, declarou o prefeito Marco Antônio Lage.

Foto: PMI

Publicidade