Câmara de Ouro Preto aprova extinção da ARSEOP

Decisão levou em conta a ineficiência e os altos gastos da agência, incapaz de dar respostas satisfatórias á população ouro-pretana. Foto: CMOP
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Os vereadores de Ouro Preto aprovaram ontem (23) o Projeto de Lei Ordinária Nº 268/2021 de autoria do Prefeito, que extingue a Agência Reguladora de Serviços Públicos de Ouro Preto (ARSEOP). A agência tinha o objetivo de fiscalizar os serviços de água e esgoto, e regular o transporte e iluminação.
O pedido de extinção gerou debate entre os parlamentares. Entre os motivos apontados pelos vereadores para o fim da agência estão os gastos, a ineficiência e a ausência de prestação de contas.

Esgoto na cidade de Ouro Preto é lançado nos córregos que cortam seus bairros. Agência não avançou na regularização do abastecimento de água com qualidade. Município teve primeira estação de tratamento do esgoto ainda nos tempos de colônia portuguesa. Mais de 300 após, trata menos de 1% do esgoto produzido na cidade e nos distritos.

O projeto foi aprovado por 10 votos favoráveis, dois contras e uma abstenção. O Vereador Alex Brito (Cidadania), que votou favorável ao projeto, destacou a responsabilidade da decisão tomada. “Hoje foi uma prova de fogo pela relevância do assunto. E este movimento posterior tem que ser bem pensado, se haverá uma nova agência ou o que for feito, que seja feito de maneira minuciosa.”, ressaltou.

O Vereador Luciano Barbosa (MDB) se opôs ao projeto, mas destacou o respeito a todos e a importância da transparência. “Entendo que é uma ação do Prefeito visando a solução, eu respeito, mas não concordo. Sou contrário à extinção desta agência por vários motivos, principalmente pelo momento de pandemia que prejudica várias coisas. Mas, vamos redobrar as cobranças para o bem da população.”, esclareceu.

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Água
Durante a reunião temas voltados à qualidade da água também foram aprovadas, incluindo a Representação Nº 65/2021, apresentada pelo Vereador Júlio Gori (PSC), que requer informações referentes às análises da água oferecidas para a população de Ouro Preto. Foram solicitadas explicações sobre o abastecimento, a turbidez da água após os episódios de interrupção, bem como os relatórios dos últimos 12 meses.

Vereador aproveitou oportunidade e questionou qualidade da água no município

Além disso, o pedido inclui dados referentes aos padrões sanitários para o consumo de água e se nos testes constam informações de cor, cloro, coliformes fecais, metais pesados e agrotóxicos. O vereador mostrou a fotografia da água turva recebida após período sem abastecimento. “Várias doenças podem acometer as comunidades, um verdadeiro absurdo.”, disse.

O Vereador Naércio França (Republicanos) destacou o contexto de pandemia e a falta de investimentos por parte da empresa. “Onde estão os investimentos? A empresa disse que iria investir em captação, armazenamento e distribuição. A falta de água em plena pandemia é um crime de saúde pública.”, reforçou.

Considerando a importância do assunto e as dúvidas constantes da população, principalmente sobre a atuação da empresa, o Vereador Renato Zoroastro (MDB) também apresentou a Representação Nº 66/2021, que pede à Saneouro informações sobre a porcentagem de hidrômetros já instalados no município, sobre as licenças ambientais e autorizações por parte do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), prazos do contrato, valores repassados para a ARSEOP, sobre a proteção de mananciais e a divulgação sobre a qualidade da água consumida e paga pelos ouro-pretanos.
De acordo com Zoroastro a preocupação é crescente, já que além da falta de água, existem pontos conflitantes no contrato. “Consta no contrato sobre a porcentagem de 0,5% a fim de garantir a proteção para os mananciais, queremos saber se esse valor está sendo depositado e onde está, pois temos que acompanhar. Outra cláusula é sobre 100% de água potável em 5 anos. Já tem dois, será que vai dar tempo?”, perguntou.
O Vereador Vantuir (PSDB) manifestou a necessidade de uma solução objetiva e urgente. “Quem tem que dar o pontapé inicial é o prefeito, e neste momento, o que temos que fazer é obrigar a Saneouro a cumprir o contrato, levando água de qualidade para todos.”, pontuou.

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