Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica pedem demissão

Presidente Jair Bolsonaro queria algo mais e não contava com a renúncia coletiva dos chefes da Forças Armadas, em sua reforma ministerial. Anúncio acontece um dia após Fernando Azevedo e Silva ter deixado cargo de ministro da Defesa. Foto: Evaristo Sá
Publicidade _

Os comandantes do Exército, Edson Pujol, da Marinha, Ilques Barbosa, e da Aeronáutica, Antônio Carlos Moretti Bermudez, pediram renúncia coletiva nesta terça-feira (30/3) por discordar do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Reunião do Conselho de Defesa Nacional em 2019, da qual participaram os comandantes da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, e do Exército, general Edson Leal Pujol| Foto: Isac Nóbrega/PR

O anúncio foi feito pelo Ministério da Defesa. A curta nota não aponta o motivo das renúncias. O texto diz apenas que os comandantes “serão substituídos” e que a decisão dos militares foi comunicada hoje.

As renúncias ocorrem um dia depois de Fernando Azevedo, agora ex-ministro da Defesa, ser demitido. Azevedo funcionava como pivô entre as alas militares no governo e sua saída inesperada gerou mal-estar entre os comandantes das Forças Armadas.

Publicidade
_
O Comandate da Marinha Ilques Barbosa Junior Almirante de Esquadra, também renunciou. Foto: Antônio Cruz/ABr

A demissão sumária do ministro ocorreu porque Bolsonaro cobrava manifestações políticas favoráveis a interesses do governo e apoio à ideia de decretar estado de defesa para impedir lockdowns no país.

Essa é a primeira vez desde 1985, quando chegou ao fim a ditadura militar iniciada em 1964, que os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha deixam o cargo ao mesmo tempo, sem ser em troca de governo.

*Conjur

Publicidade