Depois do golpe, Brasil vive maior período de aumento da desigualdade da história

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Estudos mostram que a desigualdade da renda  vem aumentando no Brasil há 17 trimestres seguidos. Este é o maior período de aumento na diferença de renda entre ricos e pobres da história do país, de acordo com o estudo denominado “A Escalada da Desigualdade” e divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O estudo que fez esta conclusão levou em conta dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE, e do Gini, índice usado como referência no mundo todo.

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O 2º  trimestre deste ano  marca o17º trimestre (4 anos e 3 m3ses)  consecutivo de aumento da desigualdade de renda no país, tornando-se o período mais longo já registrado em terras tupiniquins, de acordo com o autor do estudo, economista .Marcelo Neri.

“Nem mesmo em 1989 que constitui o pico do nosso piso histórico de desigualdade brasileira houve um movimento de concentração de renda por tantos períodos consecutivos”, disse o economista..

O índice de Gini, que mede a concentração de renda, classifica a desigualdade de um país de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, mais desigual é o país. No segundo trimestre de 2019, o Brasil chegou a 0,629 na escala, em um aumento contínuo que começou no quarto trimestre de 2014, quando estava em 0,600.

Segundo o estudo, a renda da parcela mais pobre da população caiu 17,1% entre 2014 e 2019. Já a parcela mais rica da população viu sua renda aumentar 10,11% no mesmo período.

 

Em três anos a partir de 2014, o número de pessoas vivendo na pobreza cresceu 33%. Só em 2015, o aumento foi de 19,3%. Ao final de 2017, o número de pobres chegava a 23,3 milhões no Brasil – população maior que a de todo o Chile.

Ainda de acordo com a FGV, a pobreza aumentou mais entre jovens com idade entre 20 e 24 anos (-17,16%), pessoas que se declaram pretas (-8,35%) e moradores das regiões Norte (-13,08%) e Nordeste (-7,55%) do país.

 

O alto nível de desemprego, acentua a desigualdade e castiga ainda mais os negros, jovens, mulheres e pessoas de cor preta.

No cenário atual, mas com os incentivos necessários para gerar empregos, o Brasil só conseguirá  reduzir a desigualdade e alcançar de novo o patamar do ano de 2014, daqui a mais de uma década,  em 2030.

Foto: João Roberto Rippler /  Agência Brasil / César Itirerê FP e Mateus Fidalgo

 

 

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