Incerteza da economia cresce 0,5 ponto em janeiro, diz FGV

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O Indicador de Incerteza da Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,5 ponto na passagem de dezembro de 2019 para janeiro deste ano e chegou a 112,9 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, nível que se mantém em um nível historicamente elevado, que é quando fica acima dos 110 pontos.

Segundo o pesquisador da FGV Aloisio Campelo Jr., o aumento da incerteza foi influenciado por preocupações no ambiente político interno e no clima externo tenso.

O componente mídia, baseado na frequência de notícias com menção à incerteza nas mídias impressa e online, caiu 0,8 ponto, para 111,6 pontos. Mas o componente da expectativa, construído a partir das previsões dos analistas econômicos, subiu 5,4 pontos, para 112,5 pontos.

Sem dinheiro e com dívidas, maioria das famílias freia ida às compras e tende a consumir apenas o necessário. Entretanto, alta nos preços dos alimentos aumenta pressão e índice de confiança cai. Foto: Divulgação FGV.

Preços de alimentos influenciam queda de Confiança do Consumidor

 “A confiança do consumidor caiu ligeiramente após subir dois pontos no mês anterior. Há uma percepção de piora da situação financeira familiar principalmente para os consumidores com menor poder aquisitivo, que pode estar relacionada à pressão recente nos preços de alimentos. Em relação ao futuro, houve redução do ímpeto de compras de duráveis, tendência que pode implicar num efeito redutor sobre o consumo nos próximos meses, caso se mantenha. Para que a confiança avance mais rapidamente, continua sendo necessária a aceleração da recuperação do mercado de trabalho e a redução da incerteza que ainda se mantém em níveis altos em termos históricos”, afirma Viviane Seda Bittencourt, Coordenadora das Sondagens do FGV IBRE.

Dados

Em janeiro, tanto as avaliações sobre o presente quanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram. O Índice de Situação Atual (ISA) diminuiu 0,9 ponto, para 78,7 pontos, a primeira queda após duas altas consecutivas. Com a baixa de 1,4 ponto, o Índice de Expectativas (IE) deixou a zona de neutralidade, caindo para 98,9 pontos, e exerceu a maior influência para a queda do ICC no mês.

Entre os quesitos que integram o ICC, o indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis nos próximos meses foi o que mais influenciou a queda da confiança esse mês ao cair 5,4 pontos, para 76,3 pontos, o menor nível desde maio de 2017 (74,7 pontos).

Grana curta

Nota de cem reais continua raridade no bolso da população. Sem dinheiro, consumo diminui e retarda recuperação da economia brasileira que permanece estagnada, de acordo com os dados recentes da economia. Foto: Marcelo Casal Jr.

O resultado parece estar relacionado a piora da percepção dos consumidores sobre a situação financeira da família no momento. O indicador que mede a satisfação com as finanças familiares caiu 3,2 pontos, para 73,2 pontos, enquanto as expectativas se mantiveram relativamente estáveis como indicador variando -0,4 ponto, para 100,9 pontos, um patamar considerado otimista.

Houve queda da confiança para consumidores de todas as classes de renda, exceto para aqueles com renda familiar mensal entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil. A maior contribuição negativa veio dos consumidores de maior poder aquisitivo (renda familiar mensal superior a R$ 9,6 mil) cujo índice de confiança recuou 2,4 pontos influenciado pela redução no ímpeto de compra de bens duráveis nos próximos meses.

O estudo completo está disponível no site da Fundação Getúlio Vargas

*Da Redação com informações da Abr e FGV

Foto capa: you tube

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