Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete e Congonhas recebem exposições de Arte Naïf

Curadoria reúne obras em três exposições temáticas realizadas simultaneamente em Ouro Preto, Congonhas e Conselheiro Lafaiete

Odoteres Ricardo Ozias, “A pomba gira”, 1999, óleo s_ eucatex, 40,5 x 60,5, Acervo Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil
Odoteres Ricardo Ozias, “A pomba gira”, 1999, óleo s_ eucatex, 40,5 x 60,5, Acervo Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil
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O projeto Arte nas Estações, idealizado pelo colecionador e gestor cultural carioca Fabio Szwarcwald, será inaugurado nos dias 2, 3 e 4 de fevereiro de 2023, com a abertura de três exposições temáticas a serem realizadas simultaneamente em três cidades mineiras: Ouro Preto, Congonhas e Conselheiro Lafaiete. O Arte nas Estações tem patrocínio do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, e realização da RKF Consultoria.

Com curadoria de Ulisses Carrilho, as mostras levam obras da coleção do Museu Internacional de Arte Naïf (Mian) – que em 2016 teve suas atividades encerradas no Rio de Janeiro, abrigando o maior acervo do gênero no mundo – para espaços fora do eixo Rio-São Paulo, com o objetivo de disseminar a sua potência.

Para o curador, a itinerância é a mecânica comum entre as três mostras distintas, que ocupam temporariamente os espaços e seguem para a próxima estação. “Faz todo o sentido falar de arte popular através dessa estrutura que monta e desmonta, como os grupos de teatro ambulante e de circo”, reflete.

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Em Ouro Preto, no Paço da Misericórdia (antiga Santa Casa), com abertura no dia 02 de fevereiro, “Sofrência” fala sobre apaixonamento e separação por meio de uma narrativa com início, meio e fim. Inspirada nas novelas, essa história apresenta ao público cenas de convívio social, flerte, festas e jogos de sedução, permeadas por poesias e poemas populares. “Olhar para essas obras faz lembrar como é político você dizer que ama alguém e manifestar o seu desejo”, reforça Carrilho.

Já a Estação ferroviária de Conselheiro Lafaiete, dá lugar à exposição “A Ferro e Fogo“, no dia 03 de fevereiro. Nela, artistas populares abordam uma relação integrada entre as questões naturais e políticas. Manifestações e rebeliões são representadas nas obras que trazem cenas de luta pela preservação das espécies: uma mata exuberante, uma terra fértil, um povo nutrido de um forte desejo de construir.

Por fim, o Museu de Congonhas recebe no dia 04 de fevereiro, “Entre o Céu e a Terra“, que aborda as fés – sempre no plural. Crenças, manifestações religiosas e crendices populares aparecem em cenas noturnas, céus estrelados, aparições, graças alcançadas, súplicas fervorosas e seres fantásticos do folclore brasileiro. A exposição conta ainda com um núcleo em que estadistas são retratados, como José Sarney e Getúlio Vargas, trazendo para a discussão a necessidade de acreditar numa ideia de Brasil também através da política.

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