Durante a visita de cortesia do Papa Francisco ao Rei Mohammed VI, no Palácio Real, em Rabat, neste sábado (30) foi assinado um documento que pede que seja garantida a plena liberdade de acesso aos fiéis das três religiões monoteístas e o direito de cada um exercer sua própria adoração a Jerusalém..
No encontro o Papa Francisco e o Rei Mohammed VI, reconheceram a unicidade e a sacralidade de Jerusalém / Al Qods Acharif, pelo significado espiritual e sua peculiar vocação de Cidade de Paz, além da identidade cultural, que devem ser preservadas e promovidas.
“Nós consideramos importante preservar a Cidade Sagrada de Jerusalém / Al Qods Acharif como patrimônio comum da humanidade e sobretudo para os fiéis das três religiões monoteístas, como local de encontro e símbolo da coexistência pacífica, onde se cultivam o respeito mútuo e o diálogo .
Fazemos votos, portanto, que na Cidade Santa sejam garantidas a plena liberdade de acesso aos fiéis das três religiões monoteístas e o direito de cada uma de exercer ali seu próprio culto, de modo que em Jerusalém / Al Qods Acharif, se elevem, da parte de seus fiéis, a oração a Deus, Criador de todos, para um futuro de paz e fraternidade na terra “, finaliza a declaração assinada em Rabat, neste sábado (30).
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O vaticano defende que sejam respeitadas as resoluções da ONU sobre Jerusalém, a Cidade Santa para as três religiões monoteístas. Somente um status garantido internacionalmente pode preservar seu caráter único e ser uma garantia de paz, argumenta.
Jerusalém é uma cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos. O rei Davi a escolheu como a capital do reino de Israel há cerca de 3.000 anos. Em Jerusalém, Jesus viveu, morreu e ressuscitou há 2000 anos. Em Jerusalém, segundo a tradição corânica, Maomé fez uma subida mística ao céu há cerca de 1400 anos.
A história política desta cidade está inextricavelmente interligada com os acontecimentos dessas três religiões monoteístas. O Império Otomano, em 1852, emitiu um decreto sobre o “status quo”, que congela nesta data a questão das propriedades dos lugares religiosos disputados.
Em 1947, a ONU com a Resolução 181, estabeleceu o plano de partição da Palestina, destinado a resolver o conflito entre judeus e árabes, que explodiu durante o mandato britânico, propondo a coexistência de dois Estados, um judeu, outro árabe, com Jerusalém sob controle internacional.
Em 14 de maio de 1948, é declarado unilateralmente o nascimento do Estado de Israel: eclode a guerra árabe-israelense. A cidade é dividida em dois setores: Jerusalém Ocidental, habitada por judeus, e Jerusalém Oriental, habitada por árabes. Durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel também ocupa a parte Oriental.
Em 1980, o Knesset proclama Jerusalém como “a capital eterna, única e indivisível” do Estado de Israel, sem o reconhecimento da comunidade internacional.
Em dezembro de 2017, o presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu oficialmente Jerusalém como a capital de Israel.
Apesar dos protestos internacionais, a embaixada dos EUA é transferida de Tel Aviv para Jerusalém em 14 de maio de 2018.
Seguiram a decisão de Donald Trump alguns governos, como República de Vanuatu, República Tcheca, Paraguai, Guatemala. OBrasil chegou a anunciar que faria a mudança da embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. Neste final de semana, em visita a Israel, o governo brasileiro anunciou que inaugurará em Jerusalém uma representação comercial.
Foto Capa: Vatican News
Da Redação com informações do Vatican News