Parque Natural Municipal Ribeirão São José é entregue à comunidade itabirana

Conjunto arquitetônico construído em 1915, o parque é patrimônio histórico de Itabira e agora torna-se opção de lazer e desenvolvimento econômico para os itabiranos.

Local abriga a primeira usina geradora de eletricidade do município e tem outros encantos.
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Patrimônio histórico de Itabira, com construção datada em 1915, a usina do Ribeirão São José foi oficialmente entregue à comunidade nesse domingo (12), agora com o nome de Parque Natural Municipal Ribeirão São José. O atrativo passa a ser uma opção de lazer aos itabiranos, além de atração turística, capaz de promover desenvolvimento econômico e social para comunidades vizinhas.

Segunda usina instalada em Minas Gerais, o complexo do Ribeirão São José era a única fonte geradora de energia para Itabira até o ano de 1960. O maquinário é de fabricação alemã da companhia Siemens Schuckert, que veio de navio da Europa para o Rio de Janeiro e depois de carro de boi para o local onde está instalado. Naquela época toda a energia gerada pela usina era direcionada à central de distribuição, no Centro da cidade, na casa onde funciona atualmente o Centro Itabirano de Artesanato, próximo à Catedral.

O complexo arquitetônico é todo em estilo inglês, com telhas de lâminas de ardósia. Além da casa de máquina, também há no parque outra casa, que abrigará uma biblioteca com registros históricos, documentos e fotos da usina. Esse segundo ambiente receberá o nome da professora Ana Gomes da Silva, moradora falecida da comunidade vizinha ao parque e que lutou pela conservação do local.

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A concepção do Parque Natural é fruto de um trabalho integrado entre as secretarias de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico e Agricultura. Durante meses, os integrantes dessas pastas conversaram com moradores, estudaram modelos de atrativos turísticos e desenvolveram o projeto que se encaixa no perfil do Ribeirão São José.

Espaço é uma boa possibilidade para pequenos passeios e momentos de refúgio, distante 24 km de Itabira, rumo à vizinha Nova Era. Foto: Mundo dos Inconfidentes.

“É um patrimônio histórico, que ficou abandonado por muitos anos e que agora é entregue à comunidade de maneira oficial. Um lugar com muita história, com muitas belezas naturais, de potencial turístico muito grande. Mais que isso, é turismo como desenvolvimento social. A gente vem fazendo um trabalho extenso tanto com a comunidade de Ribeirão de Cima quanto com a de Ribeirão de Baixo, entrevistando, conhecendo os produtos locais, para justamente a gente trabalhar com eles na profissionalização. Alguns estão vendendo hoje pela primeira vez. Se Deus quiser, vão se empolgar e poderão oferecer aos turistas inúmeras possibilidades de produtos locais”, aponta o secretário de Desenvolvimento Econômico, Breno Pires.

Já o prefeito Marco Antônio Lage destacou a versatilidade do parque e seus impactos positivos para o município. “É um espaço maravilhoso, com uma usina histórica. Um entrega que era aguardada pela comunidade, de valor histórico, ambiental e social. Finalmente está aberto para a comunidade, para as escolas e para os turistas, para que cada um, cada qual a seu modo, possa usufruir de todas as possibilidades que esse parque pode oferecer. E, com ele, o lançamento de projetos ambientais que oferecem preservação do nosso ecossistema. Garantias importantes que uma cidade mineradora precisa desenvolver”, afirmou o prefeito, que ainda lamentou ações de vandalismo ocorridas nos últimos anos por falta de seguranças no parque.

Projetos interligados

Durante a entrega do Parque Natural Municipal Ribeirão São José foram oficialmente apresentados dois projetos ambientais trabalhado pela Prefeitura de Itabira. O primeiro é o “Mosaico”, que permite trabalhar de maneira integrada os parques naturais do município. O segundo é o “Águas de Itabira”, cuja missão é incentivar a produção de água e a proteção de nascentes.

“O projeto Mosaico permite o envolvimento e o engajamento das populações dos entornos das unidades de conservação. Queremos despertar o pertencimento, com alternativas de geração de renda, produção de alimentos e de produtos que possam ser comercializados e atrair turistas. No futuro isso vai se encaixar com atividades semelhantes de outros parques naturais, daí o nome Mosaico”, explica o secretário de Meio Ambiente, Denes Lott.

Já o “Águas de Itabira”, segundo comenta Lott, é um aprimoramento do antigo “Preservar para não Secar”, que foi descontinuado na gestão passada. “O programa incentiva financeiramente o cercamento de nascentes, através de revegetação dessas áreas e aumento da produção de água para os nossos rios”, diz Denes, que acrescenta: “Nessa retomada teremos novos componentes sociais, de saneamento ambiental, combate a incêndio e preservação do solo”.

Segundo Denes, o decreto municipal instituindo o programa deverá ser publicado nos próximos dias. A projeção é de que o primeiro edital esteja na praça em março do ano que vem, contemplando, inicialmente, as comunidades de Conquista e Bom Jardim, na região do Rio Tanque.

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